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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Um amor tão puro

Com o passar do tempo os rapazes vão crescendo e eu vou assistindo às mudanças. O amor que os une a todos é muito bonito de se ver mas é o amor entre os gémeos que mais me emociona. A forma como estão sempre juntos é não passam um sem o outro. Se um desce e se senta connosco nk sofá, nem cinco minutos depois o outro já anda à procura dele. Se um vai para a casa de banho o outro vai também, enquanto um está na sanita o outro senta-se no chão a tagarelar.

Adoro também a preocupação constante com o outro. Se um chora o outro é o primeiro a acudir. Se um nos vêm pedir comer e recebe um doce ou uma peça de fruta logo grita para o irmão vir também comer, ou pede mais um para entregar ao mano. Hoje de manhã acordaram e correram para a casa de banho ouvi então a seguinte conversa.

- Podes ir primeiro.

- Não eu aguento. Podes fazer tu.

- Eu também aguento. Não queres ir tu primeiro?

Adoro a forma como se importam com o irmão e não se preocupam só com o próprio umbigo. 

Adoro que brinquem sempre juntos e sejam capazes de se adaptar e sujeitar à brincadeira do outro. A forma como conseguem um equilíbrio no dia a dia, ora brincam à brincadeira de um, ora brincam à do outro.

Neste momento é uma relação bonita de se ver e a nossa família é uma privilegiada por poder assistir de perto a um amor como este. 

Como é que eu faço estas coisas?

Ontem estava a fazer o jantar. Cozi esparguete e levei o tacho até ao lava loiça para escorrer a água. Comecei a verter a água mas achei que o tacho estava a escorregar pelo que o endireitei. Aparentemente em vez de o endireitar acabei por o deixar descair na direcção oposta e só me apercebi disso quando senti água a ferver em cima do meu pé.

Felizmente não sofri queimadura mas apanhei um valente susto. Sinceramente não sei como faço estas coisas. 

Arroz preto na bimby

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Comprei um pacote de arroz preto e este fim de semana resolvemos experimentar.

Usei a receita do arroz. Coloquei 1100g de água, 20g de azeite, sal a gosto. Coloquei as 500g de arroz no cesto e programei 30 minutos a 100 graus vel 4.

Ficou ótimo e os rapazes adoraram.

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 Antes de colocar a cozinhar

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 Pronto a comer. Desapareceu num instante 

Onde está o botão para desligar?

Ontem os gémeos estavam eléctricos. Não pararqm dois minutos durante todo o dia.  Nem a sesta conseguimos que dormissem. No fim do dia estavam cheios de sono logo as birras começaram a aparecer. 

O Santiago desceu a choramingar com fome apesar de ter jantado à meia hora atrás. O marido pediu para ele se sentar cinco minutos ao pé dele no sofá e este adormeceu imediatamente. O Salvador apareceu logo em busca do irmão. Eu ofereci-lhe colo para ver se adormecia como o irmão mas não tive muito sucesso. - Salvador onde está o teu botão para desligar?

- O quê?

- Não tens um botão para desligar?

- Eu não sou um robot sou um menino. Os meninos com pele não têm botões para desligar só os robot.

- A serio? Eu queria mesmo que tivesses um botão.

- Não, não tenho😏. 

 

Sobre Leslie

Estávamos a jantar no sábado quando percebemos que a mobília do quintal se estava a deslocar com o vento. Percebemos então que a tempestade não estava para brincadeiras e fomos guardar tudo o que tínhamos pelo quintal.

Quando voltei a entrar em casa os mais velhos queriam saber o que se passava. 

- Mãe o vento está tão forte.

- Pois está Guilherme. É por causa da tempestade.

- Eu ouvi nas notícias. Chama-se Leslie.

- Pois é Leonardo.

- Vai passar por aqui?

- Vai filho só não sabemos com que intensidade.

- Guilherme vai ser a nossa primeira sobrevivência a sério. 

Felizmente o pior que vimos foi algum vento forte e os rapazes não tiveram uma sobrevivência a sério. 

Grilos

Desde que me lembro o meu pai sempre teve uma tara com grilos. Todos os anos apanhava um e trazia para casa. Durante uns tempos era o nosso animal de estimação. Tinha uma casinha própria e comia alface. Cantava durante a noite toda e eu gostava muito de os ouvir.

Este ano percebi que afinal são os grilos que encontram o meu pai. Foi à feira da luz e estava um num artigo que compraram. Depois encontrou outro na fruta num hipermercado. Ficou então com dois grilos que resolveu partilhar com os netos.

No fim de semana libertamos os animais no nosso quintal. Eles estão de certo mais felizes em liberdade e nós escutamos a cantoria deles na mesma. A cada dia que passa cantam mais alto. Ainda ontem adormeci com um sorriso nos lábios porque o cantar deles me trás muitas memórias. 

Braço de ferro

Neste últimos tempos andamos numa luta constante com os gémeos. Os quatro anos trouxeram uma nova fase e não tem sido muito fácil. Acontece que acham que já são uns crescidos e que podem decidir tudo. Eu aprecio muito quando dizem que se sabem vestir sozinhos mas quando estou cheia de pressa não posso esperar meia hora para que o façam. Se tento dar uma ajudam choram porque não precisam de ajuda e já sabe fazer. Depois ficam chateados comigo, cruzam os braços, fazem beicinho e só quando me chateio é que se mexem.

Também se calçam sozinhos e o Santiago troca sempre os pés, quando lhe digo que está mal não aceita e diz que ele sabe. Mais uma vez o momento só acaba quando eu levanto a voz e lhe digo para trocar os sapatos imediatamente. 

O Salvador passou a ser esquisito com a comida. Na verdade nem é ser esquisito passou simplesmente a dizer que não gosta de nada. Chega à mesa olha para o prato e diz que não gosta, sai da mesa e vai procurar no frigorífico algo para comer como se tivesse esse poder. No outro dia cozinhei douradinhos e ele disse que não gostava. Chorou, fechou a boca, reclamou, chorou mais um pouco. Entretanto a minha paciência chegou ao fim e disse que lhe batia se não comece. A medo provou o douradinho e disse-me que afinal era bom. Acabou por limpar o prato e ainda repetiu. É uma situação desgastante que se repete quase todos os dias, ele acaba sempre por comer mas só depois de nos chatear.

Sinto que estou numa luta constante de braço de ferro. Eles estão a testar os limites e nós temos que lhes mostrar que quem manda somos nós mas o facto de serem dois faz muita moça. Quando é só um filho pai e mãe podem render-se e resolver estes dramas à vez. No nosso caso existe o dobro do drama e muitos são simultâneos o que faz com que seja difícil, muito difícil.

Resta referir que todos estes dramas são esquecidos momentos depois porque estão também numa fase muito carinhosa. Passam os dias a dizer que nos adoram, do nada enchem-nos de abraços e beijos. É uma fase muito engraçada.

Foi bom mas já passou

O fim de semana grande grande chegou e partiu. Não fomos passear, em vez disso ficamos por casa e recebemos família. 

Os miúdos brincaram muito. Passaram as tardes na piscina e o resto do tempo a correr pelo quintal. Tivemos bons almoços recheados de conversas. Tivemos tempo de lazer. Comemos tremoços e amendoins enquanto jogávamos às cartas à sombra do pessegueiro. Tivemos momentos de silêncio em que estávamos todos juntos apenas a relaxar. Fomos à feira de Vila Franca. Os rapazes andaram nas diversões e eu fiquei roída de inveja por não poder.

O fim de semana chegou e partiu e hoje voltamos à rotina. Eu cá vou tentar voltar ao trabalho. Vamos ver se consigo aguentar tanto tempo sentada, Tenho esperanças que sim porque não aguento mais estar em casa.

São apenas crianças

Ontem o pai foi buscar os rapazes à creche e o Santiago vinha com um galo na testa. Parece algum dos amigos lhe atirou uma peça de lego. A educadora explicou ao marido e fartou-se de pedir desculpas. Já anteriormente situações semelhantes se passaram e noto que a educadora está sempre aflita quando é hora de nos explicar. Eu e o marido desvalorizamos logo o assunto, dizemos que não tem problema nenhum e ela está sempre a agradecer sermos tão compreensivos.

Em conversa com amigas expliquei que achava estranho a forma como a educadora quase tremia de medo quando os pequenos se magoam. Várias das minha colegas disseram-me que já viram mães a descompor as auxiliares e as educadoras porque os filhos terem um magoado qualquer. Uma até me disse que uma das mães despia a criança toda e exigia saber explicação para qualquer arranhão e que outra confrontava os pais da criança que por acaso tinha magoado os filhos.

Eu não consigo pensar no exagero da situação afinal são crianças. As crianças correm, caem, brincam, brigam. É tudo normal. Eu não me vou preocupar porque hoje um amigo empurrou o meu filho porque sei que amanhã pode ser o meu filho a empurrar. Na euforia de uma brincadeira acontecem acidentes. Temos que nos lembrar de que são crianças e se magoam outros não é de propósito. Claro que os devemos repreender e explicar porque não devem repetir esse tipo de comportamento, mas temos que ser tolerantes para quem toma conta dos nosso pequenos com todo o amor e carinho. Não podemos esperar que quatro olhos controlem todos os segundos de quinze crianças. 

Digo isto claro em situações pontuais, se um menino agredisse o meu filho todos os dias a situação já seria diferente. Contudo é preciso distinguir os dois tipos de situações e deixar os exageros de parte.