O nosso deck
Aos poucos vamos decorando o deck de forma a ser utilizado por todos nós.
Já temos uma mesa de refeições, uma zona de estar e uma cadeiras para relaxar.
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Aos poucos vamos decorando o deck de forma a ser utilizado por todos nós.
Já temos uma mesa de refeições, uma zona de estar e uma cadeiras para relaxar.
A ideia de ter um jardim vertical não me saía da cabeça. No entanto não queria gastar dinheiro em estruturas e vasos. Procurei então ideias para o fazer com materiais recicláveis. Apenas precisei de uma palete, garrafões de água e o marido tratou do resto.
Ainda tenho espaço para mais garrafões. Por agora plantei salsa, coentros, hortelã, tomilho e magericão. Resta esperar para ver se as sementes germinam.
- Salvador não puxes as meias tão para cima.
- Eu gosto assim.
- Isso fica mal.
- O pai usa assim.
- Quando vai jogar à bola.
- Eu gosto de jogar à bola e quero as meias assim.
Claro que sim.
Agora vamos jantar fora todos os dias, aproveitando estes fins de tarde quentes. Sabe tao bem!
Ontem o Salvador teve um pouco de febre. Na creche deram-lhe xarope e à noite tive que lhe dar novamente. Estava a dar o remédio ao Salvador quando veio o Santiago.
- Também estou doente. - queixou-se
- Não estás nada.
- Sim tenho "fevre". A Margarida disse que eu estava quente e deu-me xarope.
- Só o teu irmão é que tomou xarope na escola.
- Eu também tomei. Estou muito doente.
Acabei por lhe colocar a seringa na boca a fingir que lhe dava xarope, mas o rapaz já não se deixa enganar como deixava.
- Isto não é justo. O mano tomou muito xarope e eu só um pouco. Não é justo!
Depois foi ter com o pai queixar-se que estava muito doente e a mãe não lhe dava xarope. É preciso uma paciência.
Estávamos a tomar banho em conjunto quando o Salvador perguntou:
- Mãe onde está a tua pilinha?
- A mãe não tem pilinha.
- Todos tem pilinha. A tua está escondida? - disse ele enquanto tentava perceber onde estava a minha
- Todos os meninos tem pilinha, as meninas não.
- Então por onde sai o xixi?
- Sai pelo meu pipi.
- Está bem.- acabou por afirmar mas com ar de não estar satisfeito com a resposta.
Que saudades do sol, do calor, do cheiro a mar. Saudades das brincadeiras na areia, dos passeios nas noites quentes. Voltava já. Pode ser?
No supermercado o rapaz suplicou que lhe comprasse umas bolachas de dinossauros. Acabei por lhe fazer a vontade e agora não larga a caixa nem por nada.
Até dorme com ela. Come com ela. Brinca com ela. Este rapaz é mesmo louco por dinossauros.
Há uma semana que me sinto assim. Mais concretamente desde que os mais velhos foram para casa dos avós. Sinto a falta deles, das conversas, das brincadeiras, até sinto a falta das zangas. Não passa uma hora no dia em que não me apeteça entrar no carro e ir busca-los. No entanto sei que se o fizesse estaria a ser egoísta. Estaria apenas a pensar em mim e não neles. A mudança de trabalho do marido traduziu-se também numa mudança de horário. Ganhamos porque deixou de sair de casa de madrugada e de se deitar muito cedo. Perdemos porque deixou de estar as tardes em casa, o que nos permitia manter os rapazes em casa durante as férias.
Agora temos que nos adaptar a esta nova realidade. Não podemos ter os rapazes dias e dias sozinhos em casa. Sei que o melhor é estarem acompanhados mas mesmo assim o meu coração é egoísta e não aceita o que a mente concluiu.
No fundo não sou só eu que sofro. Os pequenos perguntam constantemente pelos irmãos. Perguntam quando voltam. Dizem que querem brincar com eles, que tem saudades. Não brincam com nada. Passam o tempo todo de volta de nós. Querem que brinquemos com eles como os irmãos costumam fazer.
Eu cá continuo a fazer comida para seis em vez de para quatro. Continuo a procurar a roupa deles nos cestos de roupa que lavo. Continuo à espera de ouvir um adoro-te mãe ou receber um dos belos beijos deles. Um dia de cada vez e dentro em breve tudo volta ao normal.
No fim de semana estivemos com os meus pais. Estávamos a conversar sobre a liberdade que eles nos deram versus a liberdade que agora damos aos nossos filhos. Mais uma vez veio à baila a história da Catarina foi ao talho que tanto diverte a minha família.
Devia ter meus oito, nove anos e a minha mãe incumbiu-me de ir comprar um frango ao talho. Eu ia ao pão desde os três anos. Com cinco comecei a ir ao supermercado mas nunca tinha ido ao talho. Aceitei a tarefa com satisfação porque era sinal que a minha mãe confiava em mim. Saí de casa decidida a fazer o melhor trabalho possível.
A minha mãe ficou em casa apreensiva com o recado que me tinha mandado fazer. Teria que atravessar mais estradas e sair um pouco da zona por onde andava habitualmente. Passaram vinte minutos e eu nada de aparecer. Trinta, trinta e cinco e nada. A minha mãe esperava à janela e por fim lá me viu em direção a casa.
- Então Catarina, tanto tempo?
- Ó mãe tive que ir ver onde é que o frango estava mais barato. Primeiro fui ver o preço aos talhos todos e depois fui comprar no que tinha o preço mais baixo.
- Ainda bem que só existem três talhos caso contrário hoje não almoçavamos.