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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Greve dos professores

Há poucas semanas tive que levar os mais velhos comigo para o trabalho por causa de uma greve geral. Hoje aqui estou de madrugada a questionar-me como vai ser este dia. 

Está convocada uma grave dos professores. Nas noticias mostram autocarros cheios de professores que se vão deslocar para uma manifestação em Lisboa. Eu assisto às noticias e não consigo decidir se devo acordar os rapazes e tentar a minha sorte na escola, ou se, pura e simplesmente os deva deixar descansar.

Sinceramente quanto mais penso mais confusa fico.

- Mãe não te vás embora sem eu te dizer adeus!

- Mãe não te vás embora sem eu te dizer adeus!

- Está bem Leonardo.

Na pressa de sair de casa esqueci o casaco. Está um frio danado e ali estou eu à espera que o rapaz suba os cinquenta degraus até ao portão da escola e venha ao gradeamento acenar.

Espero, espero e o rapaz nunca mais chega. Olho para cima, cada vez mais gelada, a questionar-me o que o está a demorar tanto. Passado um pouco surge no meu campo de visão rodeado de dois ou três amigos. Vai tão entretido que nem se lembra da mãe que está à espera de um adeus.

Mãe sofre....

Eu só mesmo eu!

Ontem foi um dia como qualquer outro. Depois de um dia de trabalho entrei o carro e não via a hora de chegar a casa. Fiz uma  boa viagem, não apanhei transito, o rádio tocava uma série da minhas musicas favoritas e eu ia entretida a cantar. Estava quase a chegar a casa e pensei que nesse dia a viagem tinha sido mais rápida e mais silenciosa do que o costume. A palavra silencio fez-me olhar para trás e ver as cadeirinhas dos gémeos vazias. Percebi que com a pressa de chegar a casa ou, talvez, devido ao cansaço me tinha esquecido dos gémeos na creche. Resultado tive que fazer a viagem toda para trás para ir buscar os e voltar de novo até casa com eles a fazerem perguntas o tempo todo.

Claro que a fiz a viagem até a creche a discutir comigo própria porque quem é que se esquece dos filhos na creche! Eu só mesmo eu!

Sintam-se livres de partilhas todas e quais queres historias que conheçam para me aliviar este pensamento que sou a única que é capaz de fazer estas coisas. Digam-me, por favor, que existem mais cabeça no ar como eu.

 

Juro que não fui eu.

Como já referi várias vezes é raro o dia em que não vou às compras e não volto com pelo menos um saco de comer. Assim que coloco o saco dentro de casa tenho quatro cabeças a espreitar as magnificas coisas que foram adquiridas. Para perceberem a importância do saco os rapazes primeiro espreitam as coisas e  só depois é que falam à mãe.

Depois de todos terem verificado tudo vou arrumar as compras e um dia deste tive um contratempo. Fui tirando coisas e colocando no sitio certo até que vi o fundo do saco e percebi que me faltava uma caixa de hambúrguer congelados. Pensei que já os teria arrumado sem dar conta pelo que fui espreitar e nada. Pensei que os teria colocado por engano no frigorífico e nada. Perguntei ao marido se os tinha visto e a resposta foi negativa. Lembrei-me que poderia ter ficado caída no carro mas também não. Pensei que poderia ter andado outra vez a fazer compras para outra pessoa o que já não é novidade. Fui verificar o talão e lá estava os ditos registados e pagos.

Comecei a andar pela casa em busca da caixa de hambúrguer e o marido pensou que eu tinha enlouquecido. Chegou mesmo a questionar-me se eu tinha sequer comprado o artigo que andava à procura. Raios para o homem sempre a gozar com a desgraça alheia. Continuei a minha busca determinada a encontrar a caixa de hambúrguer só para esfregar no nariz do marido. 

Entretanto um dos gémeos chega ao pé de mim e diz que tem o nariz sujo. Abro uma porta do armário da cozinha para tirar um guardanapo e assoar o rapaz. Quando coloco a mão dentro do armário vejo a minha caixa de hambúrguer bem em cima dos guardanapos. Desatei a reclamar que os gémeos deviam ter enfiado ali o artigo e eu nem reparei. Se foram de facto eles? Não sei mas vou afirmar que sim até ao fim.

A arte esquecida de escrever uma carta

Ontem, assim que cheguei a casa, fui requisitada pelo Leonardo. Tinha estado a fazer os trabalhos e queria que eu visse se estavam bem. Perguntei-lhe o que era o trabalho e explicou-me que tinha que escrever uma carta. Fiquei curiosa e assim que comecei a ler percebi que era ainda melhor do que eu tinha pensado. 

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Adorei cada palavra do principio ao fim e vi o amor que sente pelo irmão. Senti que as palavras têm muito mais força quando são escritas numa folha de papel. Quando as dizemos em voz alta são ouvidas, absorvidas mas depressa são esquecidas. Quando as colocamos em papel duram toda uma vida. 

 

Violência gratuita

Neste últimos dias temos visto um numero crescente de violência. Atentados atrás de atentados. Pessoas que sem nada fazer prever pegam numa arma ou num carro e eliminam vidas de forma aleatória só porque sim. Pessoas que espancam outras sem motivos aparentes. Pessoas que quase morrem vitimas da violência de seguranças. 

Somos bombardeados com todas estas noticias e um medo entranha-se em nós. Pensamos no rumo que o mundo está a tomar, a meu ver bem diferente do que pensei. Sempre imaginei que à medida que a civilização iria avançando conseguiríamos ter um mundo onde a paz e a cordialidade reinasse. Inocentemente idealizei um mundo seguro,como me enganei. Em vez disso temos homens que assaltam caixas de multibanco de caçadeiras em punho e ameaçam de morte que se atreve a olhar.

A nós só nos resta viver neste mundo que criamos. Não deixar que o medo se entranhe em nós e continuar a viver. Tudo enquanto tentamos fazer a diferença quer seja ajudando quem precisa, quer seja sendo cordial para todos os outros. Resta-nos tentar mudar o mundo com um gesto de cada vez porque os nossos filhos merecem melhor que isto.

Bolo queque

Ontem fiz uma formanda de queques para os rapazes levarem para a escola. Como cada vez somos mais a comer fiz a receita a dobrar. Correu tudo bem até ao momento de dividir a massa pelas formas. Enchi as 36 formas de quesques e fiquei com um pouco de massa. Como não sou de desperdiçar nada coloquei o resto da massa numa forma de bolo normal. Saiu do forno uma amostra de bolo com três dedos de altura porque a massa era mesmo muito pouca.

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 Os rapazes acharam uma piada é chamarem-me bolo queque. Depois quiseram provar tudo é a conclusão foi que o bolo queque era mais delicioso que os queques. Estes rapazes são demais 😂