Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
No sábado o marido comentou que estava um pássaro no pinheiro que não parava de piar. Eu fui espreitar na janela e ouvi não um mas vários piares. Procurei sem sucesso ver de onde vinha o barulho. O pinheiro têm uma copa tão frondosa que não deixa ver o que se passa no alto. O certo é que passei o resto do sábado atenta e o piar volta e meia voltava. Comecei a suspeitar que seria um ninho.
No domingo tive a confirmação. Não vi o ninho porque deve estar muito bem escondido na copa da árvore mas vi os pais que não largam a árvore. Os pequenos pássaros piam imenso quando os pais chegam exigindo comer. Depois os pais partem em busca de mais alimento e faz-se silêncio no ninho.
Estou tão contente com os nossos novos inquilinos, só me apetece montar guarda ao pinheiro para garantir que nada de mal lhes acontece.
Não sei bem como mas já estamos em Agosto. Não é um mês que eu adore particularmente. É um mês em que para mim é impensável tirar férias. Ao contrário da maioria das profissões na minha área o Agosto é um dos meses mais fortes e por isso não há hipóteses de férias. Vou ser sincera e responder que nem me importo. Os preços das estadias são astronómicos e mesmo assim está tudo cheio. Resumindo pagamos imenso para estarmos igual a sardinha em lata na praia. Não, não é para mim.
Prefiro de longe trabalhar nesta altura. Gosto de aproveitar estes dias em que o transito é quase inexistente. Em que não há filas nos supermercados. Em que chegamos a casa mais depressa do que o habitual.
Acabo de perceber que até gosto do Agosto. Gosto da paz que trás a quem fica para trás. Gosto dos dias e noites quentes que convidam a passeios nas ruas quase desertas. Vamos aproveitar este mês ao máximo porque em Setembro tudo muda. Começam as escolas e voltamos todos à correria.
Nestes últimos meses tivemos algumas situações que nos levaram a ter que procurar profissionais para algumas reparações. Tudo começou com a saga da casa de banho na casa antiga, ainda hoje tenho pesadelos com isso. Tivemos pessoas a quem pagamos bem que reparar o assunto. O problema é que nem uma semana depois já estava tudo na mesma e as pessoas não voltaram para rectificar a porcaria de trabalho que tinham feito. Ligamos várias vezes disseram-nos que voltavam mas nada. Chegou a um ponto que pensamos que seria melhor nem terem voltado porque provavelmente ainda fariam uma porcaria maior. Iniciamos nova procura e foi difícil arranjar quem quisesse fazer a obra e os poucos que quiseram pediram-me valores enormes. Para terem uma ideia pediram-me para assentar um poliban e um resguardo quase o mesmo que a minha mãe pagou pela casa de banho toda à três anos atrás. E quando digo toda é mesmo toda desde canalização nova, azulejos e loiças.
Lá conseguimos encontrar uma pessoa que começou a obra mas nunca tinha tempo para nós. Demorou duas ou três semanas e o resguardo acabou por ser montado pelo marido quando nos fartámos da espera.
Agora na casa nova temos duas situações que gostávamos de ver resolvidas. Achamos que a aspiração central não está a aspirar devidamente. Ligamos para a empresa que a montou e solicitamos um técnico para vir verificar a situação. Foi-nos informado que ligavam de volta e após três semanas ainda não tivemos noticias. Felizmente o marido é um homem jeitoso, andou de volta do aparelho e a coisa está um pouco melhor. Continua a ter muito menos potência que o que tínhamos no apartamento mas não sabemos se é um problema ou se é mesmo assim. Resolvemos deixar a coisa assim enquanto aspirar e depois logo procuramos solução.
Outro problema que temos é com uns estores eléctricos que o proprietário anterior instalou. São uns estores exteriores e não existem muitas empresas que tenham esta marca. Procuramos a custo alguém que nos viesse calibrar os comandos. Actualmente um estore não sobe nem desde e o outro não fecha totalmente. O marido contactou uma empresa e ficou acordado que um técnico iria passar cá em casa na nossa semana de férias. Supostamente estavam numa obra aqui perto e davam cá um pulo. A semana passou e nada. O marido ligou novamente na semana passada e disseram-lhe que o técnico ligava já de volta. Entretanto passaram quase mais duas semanas e nada.
Sentimos o mesmo tipo de problemas na empresa onde trabalho. Pedimos a vários electricistas que fossem fazer um trabalho, nenhum se dignou a aparecer. Neste momento temos um sr. espanhol que veio recomendado pelos nossos colegas do pais vizinho. O sr. fez 8 horas de carro só para chegar às nossas instalações. Assim que chegou começou a trabalhar com uma precisão e rapidez impressionante.
Assisto a isto tudo e só consigo pensar se é muito azar nosso ou se há assim tanta falta de pessoal qualificado.
Ontem tirei umas fotos aos pequenos que estavam todos contentes com umas camisolas que receberam no aniversário. Mais tarde estava a ver a fotos e recordei um comentário deixado no post anterior pela Anita. Esta mencionava que já estavam uns rapazes crescidos e a verdade é mesmo essa. Já não há bebés cá em casa.
Estou a ler este livro na perspectiva dos filhos mas também na perspectiva dos pais. Há medida que leio deparei-me com tanto para refletir. A passagem acima é uma das minhas favoritas, representa tão bem a complexidade do relacionamento pais e filhos.
Uma pessoa está a tentar passar a ferro e os pequenos só distraem. Eles dançam, eles correm, eles brincam. Quando dou por mim estou de câmara na mão a registar momentos em vez de passar a ferro.
Ontem fui finalizar as inscrições dos rapazes na escola e fui informada que existem novos apoios na educação. Eu desconhecia totalmente estas novas medidas aliás tudo começou porque nem levei o papel do escalão do abono. A funcionária perguntou por ele e eu brinquei que nem o tinha impresso porque não tinha direito a nada devido a estar no 3º escalão. Fui surpreendida quando me explicaram que existia um pequeno apoio para o terceiro escalão também, aparentemente é um despacho que acabou de sair ( despacho n.º 5296/2017 de 16 de Junho). Percebi então que o Guilherme vai ter direito a 29,50 € para a ajuda de livros o que não é muito mas todos os cêntimos contam. Para além disso a câmara ainda lhe paga o passe, esta medida é uma escolha do município.
O Leonardo terá os manuais de graça, uma vez que, o estado empresta os livros e a câmara dá os manuais de exercícios. Os gémeos terão desconto no valor do prolongamento também devido ao escalão.
Tudo somado ainda dá uma ajuda jeitosa principalmente para famílias numerosas como a nossa. Bem sei que não é a ideal e ainda há muito a fazer no campo da educação mas aos poucos vamos avançando no bom caminho. Talvez um dia o ensino gratuito seja mesmo gratuito.