Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Temos aproveitado estes dias para ir ao parque com os pequenos. Ontem fazíamos corridas pelas escadas a baixo quando fomos surpreendidos por uma vizinha que ia descer também:
- Estava a questionar-me o que se passava aqui. Ouvi tanto barulho e gargalhadas.
- Estávamos a fazer uma corrida.
- Olá Leonardo estás bom?
- Sim - respondeu o rapaz enquanto tentava passar despercebido.
- Então já pedis-te uma prenda ao pai Natal?
-...
- Então não me respondes?
- Eu não pedi nada ao pai Natal.
- Ele recebeu tudo o que queria nos anos e agora está sem ideias para o Natal - inverti eu perante a cara de espanto da vizinha.
Ficamos depois a pensar nisso e percebemos que não nos pediram nada. Mais tarde perguntamos ao Guilherme o que queria para presente e respondeu qualquer coisa. Não sei se hei-de considerar um bom sinal ou não o facto de não quererem algo especifico, o facto de não sonharem com aquele determinado objecto. A meu ver acho que isto demonstra a educação que têm tido, foram criados com tanta simplicidade que aceitam de bom grado tudo o que lhes derem. Acredito também que lhes conseguimos transmitir a mensagem que o Natal é mais que presentes e que o que interessa é estarmos todos juntos.
No fim de semana deixamos os rapazes com os avós e fomos até Évora. O tempo estava bastante agradável o que nos permitiu passear livremente pelo centro histórico. Não fomos as únicas pessoas com essa ideia visto que as ruas estavam cheias de pessoas. Imensos turistas mas também imensos portugueses. As montras das lojas estavam lindíssimas e cheias de jovens que faziam as vezes dos manequins. Divertimos-nos a ver a interacção entre as pessoas e os jovens. A rapariga que fazia de noiva na montra da loja de vestidos de casamento fazia a delicia de todos, houve até quem se ajoelha-se para uma foto com a rapariga.
No fundo foi um fim de semana muito bom. Andamos quilómetros e quilómetros, só fomos ao hotel para jantar e dormir. Visitamos monumentos atrás de monumentos. Fotos atrás de fotos. É uma zona linda e cheia de história.
O momento preferido continua a ser o do banho e quantos mais melhor. Nós pais temos que fazer grandes negociações sobre quem toma banho com quem porque já não cabem os quatro na banheira. Na ultima vez aproveitei que o Leonardo tinha ido à piscina e permiti um banho a três. Foi a loucura, não só tomaram banho como me lavaram a casa de banho toda.
Na sexta-feira os rapazes voltaram da escola muito felizes. Entretanto vi dois pais natais de chocolate na cozinha e perguntei ao Guilherme de onde tinham vindo.
- Tínhamos muitos na festa da escola e eu tirei dois para trazer para os manos. Assim não ficam triste de não terem ido à festa.
Hoje é dia de festa na escola e cada pai tem que levar algo para a festa. Ontem cheguei a casa e deitei mãos à obra. O marido, que é sempre muito prático, questionou porque não comprei um bolo feito. Eu que adoro fazer bolos e bolinhos claro que não poderia comprar algo. Num instante fiz uma fornada de queques simples e outra de queques de chocolate, tive o cuidado de os fazer pequenos para darem para as crianças todas. Hoje acordei de manhã e a casa ainda cheirava a bolinho acabado de fazer, espero que estejam tão bons como cheiram.
Na segunda-feira estava a deixar os mais velhos na escola quando o Guilherme disse:
- Mãe, acho que hoje tinha que trazer uma presente para a troca de prendas.
- Ah?
- Pois é mãe, tínhamos que trazer um presente.- confirmou o Leonardo
- Mas estão a falar do quê?
- Espera que eu tenho um recado.
Olho para o maravilhoso papel que me indicava que tinha que trazer uma prenda para menina até 3€ no dia 12, dia actual.
- Mas quando é que receberam este recado?- perguntei desconcertada
- Na quinta-feira.
- E porque é que só estou a saber disto hoje?
- Esqueci-me- responderam os dois ao mesmo tempo.
Acabei por os enviar para dentro com a indicação para informarem a professora que as prendas só viriam no dia seguinte porque não me tinham avisado.
Uma pessoa tenta incutir-lhes responsabilidade e depois dá nisto. Até o Leonardo que era tão certinho está esquecido. Quando eram pequenos fazia questão de lhes espreitar a caderneta mas agora acho que já têm idade para assumir essa tarefa. Até à data ainda não falharam nenhum recado mas por norma só se lembram na véspera ou no próprio dia. Eu gostava muito de ser daquelas mães que entrega tudo a horas mas sem a colaboração deles não dá, não consigo estar em todo o lado ao mesmo tempo.
O despertador tocou e os meus olhos teimaram em não querer abrir. Estive mais de cinco minutos na cama a mentalizar-me que são só mais dois dias. Por fim lá me consegui arrastar para fora e fui em modo a dormir em pé até à casa de banho. Levava os braços cheios com a roupa que ia vestir, ao pousar a roupa deixei cair uma peça para o chão e baixei-me para a apanhar. Calculei mal a coisa e dei uma grande cabeçada no manipulo da regulação do toalheiro aquecido. Tecnicamente não sei se foi uma cabeçada já que bati com a testa. A dor foi tão grande de me despertou instantaneamente, acho que até vi estrelas. Passado meia hora ainda tinha a marca do crime na testa espero que não deixe negra.
A minha querida marta desafiou-me a responder ao Christmas tag. Eu aceitei com bom grado, vamos lá ficar a conhecer mais um pouco sobre mim.
1. Qual é a tua comida ou doce de Natal preferido?
Rabanadas e Bolo Rei. Dispenso a comida e posso ficar só pelos doces.
2. Qual é a tua música de Natal preferida?
Adoro a musica "O Holy Night", transmite paz e serenidade o que se enquadra nesta época festiva
3. Quais são as tuas cores de Natal preferidas?
Vermelho e o prateado.
4. Preferes ficar de pijama, ou arranjares-te no dia e véspera de Natal
Claro que gosto de me arranjar. Faço questão de estrear uma roupa nova.
5. Costumas abrir as prendas de Natal na véspera ou só no dia?
Costumamos dividir as prendas para os miúdos não as abrirem todas de uma vez. Na noite abrem algumas das minhas primas, tias e avós. A de casa costumam ser abertas no dia 25 de manhã. Mais tarde abrem as prendas das avós e tios conforme vamos estando juntos.
6.Se só pudesses oferecer prendas a uma única pessoa este Natal, a quem seria?
Aos meus filhos claro, mas se só pudesse oferecer uma teria que arranjar algo que pudessem partilhar ou então não daria nada a ninguém.
7. O que mais gostas de fazer nas férias de Natal?
Passear com os miúdos. Adoro ir ver as ruas decoradas com luzes de Natal, os presépios, os cheiros…
8. Já alguma vez construíste um boneco de neve?
Quase todos os anos fazemos um na serra da estrela.
9. Qual o teu filme de Natal preferido?
Sozinho em casa. Muito antigo mas adoro o raio do filme. O ano passado o Guilherme e o Leonardo também viram comigo, acho que se vai tornar um filme de família.
10. Do que gostas mais, da véspera de Natal, ou do dia de Natal?
Acho que a véspera é mais mágica.
11. O que é para ti o Natal?
Para mim o Natal é paz e amor. É uma época para passarmos em família. Comer, beber, partilhar, uma mesa cheia de gargalhadas.
Não vou nomear ninguém porque acho que já tods responderam à tag. Caso alguém não o tenha feito e queira responder esteja à vontade.
O que uma mãe faz quando percebe que arruinou o brinquedo preferido do seu filho?
Um dia destes estava a tirar a roupa lavada da máquina e encontrei uns pequenos quadrados misturados com a roupa. Não percebi o que era aquilo, parecia papel mas não se tinha desfeito com a água, ao mesmo tempo parecia algo plastificado e com gravuras embora já não se percebesse o que era. Continuei a tirar a roupa enquanto pensava o que seria aquilo. Cheguei à ultima peça de roupa e vi várias coisas escuras no tambor da máquina. Tentei tirar uma, com alguma dificuldade lá consegui remover aquele pequeno quadrado que estava agarrado ao tambor. Assim que o tive nas mãos percebi o que era. O Leonardo tinha meia dúzia de imans quadrados com desenhos de uns bonecos invizimals. Não sei bem de onde apareceram este imans, talvez tenha sido a avó que lhe comprou ou um colega que partilhou com ele, o que interessa é que o rapaz adorava aquilo. Todos os dias os levava para a escola e trazia-los no fim do dia. Gritava com os pequenos se pegavam neles e só não dormia com eles porque eu não deixava.
Ora a sua colecção de imans teve um trágico fim, acabaram por entrar na máquina e estavam agora todos estragados e agarrados ao tambor da máquina. O que fazer? Contar-lhe o que tinha feito e receber o prémio de pior mãe do mundo ou omitir o facto e ver no que dava. Achei melhor deitar as provas fora e calar-me bem caladinha, se ele perguntasse por eles eu explicaria o que tinha acontecido.
Passaram agora quase duas semanas e ele nunca mais se lembrou da colecção que amava tanto. Não o vi procurar, não o vi triste, tão pouco o vi preocupado. Parece que simplesmente não têm qualquer recordação daquilo. É caso para dizer: longe da vista, longe do coração. Desta já me safei.