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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Mudança da hora antes e depois de sermos pais

Antes de ser mãe a mudança da hora deixava-me louca, principalmente esta em que ganhamos uma hora. O que acontecia era que o meu corpo não aceitava o facto de a hora ter mudado e então continuava a acordar à hora do costume. Isto significava que de manhã acordava uma hora mais cedo e à noite estava a cair de sono. Passavam-se semanas até que conseguisse entrar no ritmo.

Desde que fui mãe passei a agradecer esta mudança. O tempo mais fresco convida a que se durma mais um pouco e os miúdos nem deram pela mudança, simplesmente dormiram. Como tenho muitas horas de sono em atraso isto fez com só acordasse com o despertador a tocar. Soube tão bem! E sabe ainda melhor saber que amanhã é feriado.

Só não gosto da outra mudança da hora. Como devem compreender custa-me muito deixar de dormir uma hora. Tenho até Março para me mentalizar.

Saudades não é só para quem está longe.

Se, em tempos passados, me perguntassem o que é saudade eu responderia que é um sentimento de falta que sentimos de algo, ou alguém que está distante, ou ausente.

Sim, isso é o que diria à uns anos atrás mas a vida mostrou-me que não é só assim. Durante estes últimos tempos percebi que é possível ter uma saudade imensa de alguém que está muito próxima de nós. Nunca pensei que poderia estar tão perto de alguém mas ao mesmo tempo tão longe. Como é possível ver e falar com uma pessoa todos os dias mas ficar com a impressão que não o fizemos.

Pensava que a saudade estava destinada para aqueles que estão longe ou já partiram, no entanto, percebi que a saudade dói mais quando têm origem em alguém que está tão perto mas que parece impossível de alcançar.

O único ponto positivo de sentirmos saudade é que significa que nos importamos. Significa que essa pessoa é demasiado importante para nós, caso contrário não doeria assim tanto. A saudade faz nos perceber que temos que nos esforçar para apreciarmos essa pessoa mais. Nem sempre é fácil conciliar tudo mas temos que fazer lutar para conseguir.

 

A nossa relação com carrinhos de bebés

Sempre tive uma péssima relação com carrinhos. Os passeios são demasiado pequenos para eles e estão muitas vezes obstruídos. Os elevadores são estreitos e vêm sempre cheios. As estradas são más e os acesso para carrinhos inexistentes. Motivos que sempre me fizeram perder a paciência. Cada vez que pensava em sair perdia a vontade só de pensar em ter que empurrar aquele mono, principalmente o dos gémeos que era uma monstruosidade.  

O Guilherme começou a andar com cerca de 14 meses e depressa deixamos de utilizar o carro. O Leonardo andou por volta dos 9 meses pelo que antes do ano já não havia carrinho para ninguém. Com os gémeos foi um pouco diferente, o carrinho foi utilizado um pouco mais tempo porque controlar duas crianças é mais difícil.

Em Junho, quando fomos de férias o marido informou-me que não tínhamos espaço para o carrinho e eu concordei que não havia necessidade de levar a bagageira no tejadilho apenas por causa deste item. Partimos então na aventura de fazer uma semana de férias apenas os dois com os miúdos todos, num pais estrangeiro e sem carrinho para os pequenos. A verdade é que tudo correu muito melhor do que pensava. Os pequenos adoraram a liberdade mas comportaram-se sempre muito bem. Em nenhum dia me arrependi de não termos levado o dito, é certo que por vezes pediam colo mas com a brincadeira conseguíamos contornar a situação. Voltaram das férias mais desenvolvidos e com uma locomoção muito melhor.

Quando voltamos o carrinho ficou na garagem por mais algum tempo.  Eu tinha receio das consultas a que vou muitas vezes sozinha com eles e achava que ainda o ia usar. Os meses foram passando e o artigo ficou sempre no mesmo sitio. Fui a vários sítios com os dois e até com os quatro. Fui às urgências com os dois ao mesmo tempo. Fui às compras, ao parque, à escola… e nunca precisei de os controlar. Finalmente o mês passado senti que estava na altura de nos desfazermos do mesmo. Foi entregue a outra mãe gemelar que necessitava de um com urgência.

Neste momento posso dizer que sinto muito mais vontade de sair com os rapazes só de saber que não vou andar a empurrar um camião.

É sempre assim não é?

Uma mãe passa no supermercado para comprar algumas coisas. Olha para as bananas na secção da fruta e faz contas a pensar se será necessário comprar algumas.Nesta altura a história pode desenrolar-se de duas maneiras como vou explicar.

  1. Decide não comprar porque ainda tem meia dúzia em casa e ninguém têm comido bananas. Retorna a casa e nesse dia todos os elementos do agregado familiar dão em comer bananas. Uns querem levar para o trabalho, outros para a escola, acabasse assim o stock de bananas e a mãe têm que comprar mais no dia seguinte.
  2. Decide comprar mais meia dúzia para juntar à meia dúzia que têm em casa mas só por precaução uma vez que não têm tido muita saída. As bananas são colocadas ao pé das outras e lá ficam até ficarem demasiado maduras. Cabe então à mãe arranjar soluções para reaproveitar o fruto e evitar que vão para ao lixo. Lá anda a mãe a fazer bolos, bolachas e batidos com esta fruta.

Confessem por favor se também é isto que se passa ai por casa.

P.S: As bananas são um mero exemplos, esta situação pode ser aplicada a qualquer tipo de alimento.

Como é que já só faltam dois meses para o Natal?

Cá em casa já se namoram brinquedos naqueles folhetos intermináveis de opções. Têm mesmo que namorar muito para escolherem o brinquedo certo, já sabem que só podem escolher um.

Eu estava a vê-los a desfolhar os folhetos e pensei: "como é possível já estarmos quase no Natal? ".

Parece que ainda ontem andamos na azáfama de montar a árvore,  comprar prendas, lembranças,  comer...e já vai comecar tudo outra vez.

Serei a única que quase nem viu o 2016?

 

 

 

Tenho um pressentimento

De domingo para segunda o Salvador choramingou à noite. Chegou mesmo a acordar e veio enfiar-se na cama comigo. Este comportamento não é nada normal da parte dele porque dorme sempre a noite toda quietinho.

Ontem, sim posso dizer ontem devido ás horas improprias a que estou a escrever isto, cheguei a casa e dei com dois meninos particularmente chorões. Não quiseram comer, choraram muito e fizeram fita para dormir. O Santiago colocava a chucha na boca e tirava-la imediatamente enquanto choramingava. O Salvador não sossegava por causa do irmão. Experimentei dar-lhe água e trocar a chucha mas não resultou. Assim que colocava a chucha na boca chorava. Acabei por lhe dar um pouco de ben-u-ron para lhe tirar o incomodo que tinha. Finalmente desistiu e adormeceu à pouco quando o xarope fez efeito. O Salvador está deitado com o pai mas tem passado o tempo a resmungar.

Tenho um pressentimento que vêm ai coisa. Não sei o quê, nem quando, mas estão a chocar alguma. O meu coração de mãe conhece-os de ginjeira.

 

Um animal de estimação enche o coração

Cresci com um periquito mas não era um periquito qualquer. Andava solto pela casa. Voava para nós. Passeava pelos nosso ombros.Conhecia-nos como ninguém. Eu e o meu irmão adorávamos brincar com ele e ainda hoje têm um cantinho no meu coração.

Quando falamos num animal de estimação e o Guilherme mencionou um pássaro tive uma ideia. Entre a ideia e o plano posto em prática foi um instante. Tive um colega que se ofereceu para me ajudar e arranjou-me um exemplar. Veio para as minhas mãos ainda muito pequeno e nem sabia comer sozinho.Passei então a ultima semana a dar comer e água ao passarinho de duas em duas horas. O que uma mãe não faz. Passei também a ultima semana a treina-lo para não estranhar estar nas nossas mãos. Agora já aprendeu a comer e beber sozinho. 

Os pequenos não podiam estar mais radiantes com o periquito. O único problema é que os gémeos ainda não medem a força pelo que festinhas só com comigo a segurar-lhes a mão. Os mais velhos já estão especialistas.

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