Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
O marido quis fazer-me um miminho. Ora o que é que se dá a uma gulosa? Doces claro. Resolveu portanto levar-me a comer um gelado à Magnum Store.
Fomos todos contentes para Lisboa. Chegamos à loja e a fila chegava à porta. Ocupamos o nosso lugar no fim da mesma e esperámos. Esperámos, esperámos e esperámos. Cerca de dez minutos depois ainda estávamos exactamente no mesmo sitio.
Acabei por arrastar o marido de lá para fora porque não tive paciência para perder a tarde toda numa fila só para comer um gelado. Acho que vou esperar para a coisa passar de moda para poder ir experimentar.
Os mais velhos ficaram loucos quando viram o carro novo. Quiseram que o pai lhes mostra-se tudo enquanto davam exclamações de aprovação. De seguida o Leonardo veio ter comigo e disse-me:
- Mãe, o carro novo é muito fixe mas quero perguntar-te uma coisa.
- Diz lá meu querido!
- Nós pagamos o carro todo?
- Claro que pagamos. - disse eu, enquanto sorria interiormente da inocência, como se fosse possível comprar só metade.
Enquanto fui eu a dar o comer aos gémeos nunca utilizei talheres próprios. Comiam com os nosso de inox sem problema nenhum. Contudo cresceram e está na altura de começarem a comer sozinhos. Tive receio de os deixas comer com os garfos normais. Imaginei mil e uma formas de a coisa poder correr mal, tipo garfos espetados em sitio estranhos. Sim eu sei que tenho uma imaginação muito fértil
Encontrei então uma alternativa no continente.
Os talheres são giros e práticos. Podem ser lavados na máquina e o material parece bastante resistente. Quando deixarem de ser necessários para os gémeos podem ser guardados para piqueniques. O melhor de tudo é que só custaram 1,5 €. Digam lá que não foram uma pechincha?
Ontem fiz bifes de frango grelhados com arroz e legumes para o jantar. Os gémeos começaram a fazer birra para comer e a apontar para os legumes. Pensei que não os queriam mas afinal estava enganada. Afinal queriam era legumes com fartura. Comeram todos os que tinham no prato e o pai ainda lhes pôs o tacho à frente. Só pararam quando viram o fundo. Dá gosto vê-los comer assim
Se há coisa que eu adoro é uma bela de uma torrada. A verdade é que adoro pão. Adoro ao ponto de ser capaz de trocar comer de prato por uma sandes. Mas gosto ainda mais de torradas. O marido chega a questionar se eu não estou enjoada de tanto as comer.
O prior de tudo é que agora passei o vicio aos pequenos. O Santi vêm muitas vezes pedir-me pão, quando lho dou ele recusa e aponta para a torradeira indicando que quer pão quente.
Ontem coloquei um pouco de pão a torrar e quando dei conta tinha uma mesa cheia de meninos ansiosos por pão. Acabei por fazer torradas para todos mas vi-me aflita para dar conta do recado. Têm que inventar torradeiras para famílias numerosas.
Acho que todos podemos concordar no facto que temos um pais lindíssimo. Praias fluviais estupendas, trilhos de florestas de tirar o fôlego, zonas históricas espetaculares. Por vezes algumas dessas paisagens estão tão próximas de nós que nem lhes damos o devido valor. Passamos apressados por elas sem lhes dedicarmos poucos segundos. Este é o resultado quando olhamos com olhos de ver.
Ontem quando fui para entrar na garagem peguei no comando para abrir o portão e senti uma coisa peganhenta na mão. Olhei para ver o que era e nem queria acreditar. Um dos botões do comando simplesmente derreteu e ficou colado ao meu dedo.
A boa notícia é que o Salvador está um pouco melhor. A febre começa a vir mais espaçada e o pequeno está um pouco mais bem disposto.
A má notícia é que o Santiago foi a vítima numero dois. Ontem fui ao hospital com ele e teve, também, direito a uma injecção de penicilina.
Em casa fazemos o que pudemos mas a coisa não está fácil. Os pequenos só querem colo pelo que é impossível arrumar ou limpar o que quer que seja. Começarmos a pensar que estamos a viver numa pocilga. Andamos os dois tão cansados que o marido até começou a fazer um apontamento sobre as tomas dos xaropes com medo de darmos sobre-dosagem a algum.
Começaram as apostas sobre quem será a próxima vitima. Querem entrar na aposta?