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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Fomos ao circo

No sábado fomos passar a tarde no circo. Eu estava na duvida se leva ou não os gémeos e vinha reflectir sobre o assunto à alguns dias. Entretanto, o marido informou-me que tinha jogo da bola pelo que ficou decidido que os gémeos iriam connosco. Chegados ao circo andaram num carrossel, eu andei também ao lado do carrinho deles com medo que começassem a chorar. Qual chorar, qual quê, adoraram andar às voltas. Choraram sim quando os tiramos de lá.

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Entretanto, estava a começar o espectáculo pelo que nos apressamos para os lugares. O circo começou e o Salvador ficou igual a uma estátua. Olhava para as luzes, para as cores e para as pessoas com muita atenção. O Santiago estava mais inquieto, mas acho que era porque não conseguia ver bem. Sugeri a avó que fosse para ao pé dos mais velhos onde teriam mais visibilidade e a coisa resultou.

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Três dos meus meninos, todos concentrados a ver os artistas.  O Salvador continuou ao meu colo especado a ver o espectáculo, acho que só desviava os olhos da pista para afundar a mão no pacote das pipocas.

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 Tirei-lhe uma selfie e ele nem ligou ao telemóvel, pasmem-se. Reparem no olhar atento e nas mãos cheias de pipocas.

Estiveram sossegadinhos até ao intervalo. Ai, a coisa complicou mais um pouco porque se toda a gente se podia mexer eles também queriam. Tivemos que os entreter um pouco ao colo. Quando começou a segunda parte o Santiago começou a dar ares de frustração. Estava cheio de sono mas não queria dormir. Lutou um pouco com a avó mas adormeceu um pouco depois. O Salvador continuava quietinho a ver tudo até, que a cerca de dez minutos do fim, se voltou para mim, abraçou-me e adormeceu de exaustão. Ferraram os dois de tal maneira que nem a musica, nem os aplausos do fim os acordaram. Esperamos que a confusão passasse e lá saímos da primeira tenda.

Tínhamos prometido uma voltinha nos carrinhos de choque aos mais velhos e, como nunca devemos quebrar uma promessa, lá fomos nós. Eu e a avó sentamos-nos num banco ao pé dos carrinhos enquanto eles deram não uma mas duas voltinhas.

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 A qualidade está péssima mas tentem segurar um bebe e tirar uma foto a algo que nunca está parado.

Saímos do circo exaustos. O marido ainda nos tinha desafiado para passarmos pelo campo da bola mas estava um frio de rachar e as minhas costas não aguentavam mais colo aos gémeos. Optei por seguir directamente para casa para dar jantar aquela malta toda. Ainda pensei que não teriam fome depois das pipocas, algodão doce, chocolates e sei lá mais o que é que comeram. Mas a verdade é que os rapazes tem sempre fome e os meus tem fome de leão.

Adormecemos todos cedo do cansaço mas um cansaço bom.

 

 

A nossa árvore

Passei a semana passada toda a ouvir as queixas dos mais velhos sobre a árvore de Natal. O Leonardo só perguntava porque já era Natal em todo o lado menos na nossa casa. Combinamos então montar no domingo. Assim que se levantaram vieram logo perguntar se íamos montar a árvore e eu disse-lhe que só depois do almoço. Conforme combinado, a seguir ao almoço, fechamos-nos os 3 na sala a montar a arvore. O pai foi com os gémeos para o quarto deles.

Eu limitei-me a colocar os ramos na árvore e a dar um jeito na luzes, todo o resto foi feito por eles. Não me importei minimamente que tivessem a colocar os enfeites todos amontoados, uns ao pé dos outros. Enquanto procedíamos à montagem lembrei-me que o ano passado deitamos muita coisa fora e tínhamos ficado de comprar coisas novas. Mas acho que não vou comprar nada porque provavelmente vamos acabar o Natal sem enfeites nenhuns. Este ano teremos uma árvore mais pobrezinha mas não vale a pena comprar coisas novas para estragar.

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 Concluída a montagem cometemos o erro de abrir as portas da sala.Os gémeos entraram na sala e começaram logo a aponta para a árvore e a tirar os enfeites.

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 Vamos lá ver se vai sobreviver a estas pestes

 

Os nossos dias deviam ser sempre assim.

Do dia de ontem correu lindamente. Os mais velhos foram ao teatro ver a Cinderela e acordaram todos animados.Quando os deixei na escola fui surpreendida com a noticia que saiam às 13H. É verdade que o papel dizia que a visita era das 9H as 13H mas eu pensei que depois teriam aulas, pelo menos, era assim que funcionava na escola anterior. Poderia ter ficado chateada por esta noticia inesperada mas optei por relaxar e tentar resolver o assunto enquanto dirigia para o trabalho. Liguei ao marido que disse que podia tentar ir busca-los e leva-los a casa da avó durante a sua hora de almoço mas os meninos teriam que sair à uma hora em ponto. Optei por pedir a tarde no trabalho e tratar eu do assunto.

Passei a manhã a tratar de tudo para não deixar nada pendente e sai muito apressadamente às 13H. Fiz o percurso todo de auto-estrada a pensar que já estava muito atrasada. Cheguei à porta da escola perto das 13:20H e descubro que eles ainda não tinham chegado. Podia ter ficado chateada de ter que esperar mas, em vez disso, resolvo dar um salto ao trabalho do marido para ir buscar a mochila do Guilherme para a musica. Volto à escola e eles estão a chegar. Entro e fico ao pé deles enquanto almoçam, ou melhor, enquanto o Gui almoça porque o Leonardo não comeu nada. Tentei não me chatear por ele se recusar a comer a sopa e a salada russa. Percebi porque motivo não está mais magro, apesar de raramente comer, quando a funcionária da escola lhe passou uma carcaça às escondidas dos outro meninos.

Finalmente ficamos despachados e fomos até casa da avó buscar os gémeos. Chegamos a casa da avó e eu desafie-a a ir ao parque com os quatro. E foi o que fizemos, devo dizer que acordei dois mostrengos adormecidos. Os gémeos adoraram o parque, quiseram andar em tudo e choravam de cada vez que os tiramos dos baloiços. Foi uma tarde muito divertida e ficam as fotos para provar. Só tenho pena que não possam ser todas assim.

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Coisas que só nos acontecem a nós nº 17

Vou confessar que já fiquei trancada dentro de casa, não uma mas sim duas vezes.

A primeira de todas foi fácil de resolver. O marido, namorado na altura, trancou a porta da rua e eu quando fui para sair apercebi-me que não tinha chave. Como vivíamos num primeiro andar duma moradia, saltei para o patamar da porta e desci ao quintal. O que me valeu é que os meus padrinhos estavam em casa de folga porque, caso contrário, nunca conseguiria saltar o portão de dois metros. Assim pode sair  pelo portão, ir buscar a chave ao carro e voltar a trás para trancar a  janela pela qual saltei.

Da segunda vez já não foi assim tão fácil. Cheguei a casa vinda do trabalho e o marido estava de saída para ir jogar à bola. Despedi-me dele e fui tomar banho. Saiu do banho, arranjo-me e vou, toda contente, em direcção da cozinha para comer alguma coisa porque estava cheia de fome. Tento abrir a porta do hall e esta não se mexe. Tento novamente e nada. Enquanto estava a luta para abrir a porta no meu cérebro passavam mil e uma possibilidades para a porta não abrir. Será que a fechadura se estragou? Espreito pela lateral da porta a ver se o trinco mexia e este mexia-se mas reparo que está outra coisa por baixo. Percebo que o marido trancou a porta quando a fechou para o cão não ir atrás dele.

Deixei-me estar, durante uns minutos, a pensar o que fazer. Estava furiosa, estava faminta, o facto de estar faminta deixava-me ainda mais furiosa. Não podia ligar ao marido porque o telemóvel estava do outro lado da porta. Não podia arrombar a porta porque, para além da minha fraca estatura, estava do lado contrário ao da abertura da porta. Eis que me surge a ideia luminosa de passar da varanda do quarto para a janela da cozinha. Vou até à varanda pronta para tentar passar para a janela mas olho lá para o chão tão longe e fico com medo de cair do quarto andar a baixo. Volto para dentro e dou mais uns encontrões na porta à espera que ela se abra magicamente. Decido com toda a convicção que tenho que passar pela varanda e não vale a pena ter medo. Novamente na varanda coloco á perna de fora mas não consigo deixar de pensar o quão estúpido seria a noticia de: "mulher morre a tentar escapar de assoalhada onde estava trancada."

Escusado dizer que voltei para dentro. Fui ao escritório, peguei numa folha de papel, um clip e na chave da porta do mesmo. Meti a folha de papel debaixo da porta, coloquei a chave do lado de dentro e fui forçando a outra a sair, com a ajuda do clip fui direccionando a chave até que esta caiu direitinha em cima da folha. Puxei a folha com todo o cuidado enquanto pedia para que a chave passa-se debaixo da porta e não é que passou.

Abri a porta e a primeira coisa que fiz foi ligar 15 vezes para o marido para lhe azucrinar o juízo, claro que ele a jogar nem ouviu o telefone. De seguida passei revista às portas todas e tirei todas as chaves para que mais ninguém ficasse trancado numa assoalhada

Sempre no supermercado

Na segunda-feira passei no supermercado antes de ir para a consulta do Guilherme. Eram 9 horas, em ponto, e lá estávamos nós a comprar uma meia dúzia de coisas que nos faltavam. Na charcutaria pedi queijo, fiambre, presunto e mortadela de peru sem azeitonas ( é o que recheia as sandes do Leonardo todos os dias e por isso nunca pode faltar). Fui buscar fruta e outras coisas, sempre à pressa para não nos atrasarmos para a consulta. Paguei as coisas e fomos embora.

Depois da consulta passei em casa a deixar as coisas e apercebi-me que me tinha esquecido de comprar algumas coisas, só para variar. Corri tudo à procura da mortadela mas não a encontrei. Lembro-me da senhora a ter fatiado por isso tenho a certeza que a pedi. Mas a verdade é que não a paguei nem tão pouco chegou a casa. Conclui que a senhora não deve ter colocado a mortadela no saco que me entregou com todos os produtos.

Aproveitei a hora de almoço e fui novamente ao supermercado comprar o que me tinha esquecido. Mais uma vez fui à pressa e pressa é amiga da perfeição. Resultado, trouxe a mortadela mas esqueci-me dos ovos e do comer para os peixes.

Na terça-feira fui a dois supermercados à hora de almoço, afinal com tanta boca a comer temos que aproveitar as promoções. Comprei tudo o que me lembrei e outras coisas que achei que devia comprar. Lembrei-me dos ovos mas esqueci-me do comer dos peixes. Resolvi voltar ao supermercado às 18H porque os peixes já não comiam à 3 dias e corria o risco de se comerem uns aos outros.

Lá fui eu depois do trabalho. Entrei, comprei só o comer que me faltava e rumei a casa toda contente por não ter tudo o que precisava. Chego à garagem e o marido estava a chegar com os miúdos. O marido quer levar os sacos das compras e diz para eu levar os miúdos. Metemos-nos dentro do elevador e subimos. Chegamos ao nosso andar, o marido sai para abrir a porta de casa e eu fico a segurar o elevador para os pequenos saírem. Sai o Leonardo, o Santiago, o Salvador  e depois saiu eu. Ao sair do elevador grito ao mesmo tempo que corro:

-Os ovos!

Tarde de mais... O Santiago tratou de tirar a embalagem dos ovos do saco das compras, a embalagem abriu-se e eis que temos 12 ovos no meio do chão.O Leonardo começa a chorar que gosta muito de ovos e não os vai poder comer, os gémeos vêm uma poça e só querem chapinhar nela.Que confusão. Lá os conseguimos por todos dentro de casa e eu fiquei a limpar.

Sabem o quanto é difícil limpar tanto ovo? Que trabalheira e o pior de tudo é que hoje tenho que voltar ao supermercado para comprar ovos

Festa do dia da prematuridade

Ora no sábado fomos ao Hospital de Santa Maria festejar o dia da prematuridade. Foi um evento simples direccionado mais para o convívio. Os mais pequenos podiam brincar com balões, fazer desenhos e pinturas faciais. Os adultos aproveitaram para rever enfermeiras, médicas e outros pais que conheceram durante a estadia na Neonatologia. Claro que nós não tivemos muito tempo para o convívio porque os gémeos ainda não se entretêm com nada. O Salvador ainda esteve um pouco, sentado junto dos meninos mais crescidos, a fazer rabiscos numa folha de papel mas era mais o tempo que estava com o lápis na boca do que a pintar, pelo que acabámos por o tirar de lá.

Entretanto recebemos uns pins de identificação e uns sacos com um lanche.

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De seguida fomos convidados a entrar no auditório para visualizarmos um filme sobres os prematuros. A equipa fez um filme lindíssimo com fotos de todos os nosso meninos. Foi muito giro ver fotos de como eles nasceram e como estão actualmente. O filme serviu para demonstrar a luta de todas estas crianças. E devo dizer que existem crianças com uma força fenomenal. Confesso que quando estava a ver o filme me senti uma penetra. Depois de ver imagens de bebes de 500g, de bebés de 24 semanas as nossas 33 semanas pareceram insignificante. Depois de ver uma foto de o primeiro aniversário festejado durante o internamento na neonatologia não pode deixar de pensar na sorte que tivemos. Já imaginaram o que é ter uma filho internado durante um ano inteiro, um filho que ainda não conhece a sua casa, um filho que nunca dormiu no berço que compramos para ele, um filho que nunca tivemos só para nós.

Fiquei de facto maravilhada com o trabalho daqueles profissionais mas sobretudo com a coragem daqueles bébes e pais.

Entretanto os gémeos não paravam quietos. Procurei nos sacos do lanche e descobri que cada um tinha uma maçã. Dei-lhe para a mão para eles brincarem e quando dou por eles estavam todos contente a comer as maçãs.

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Olhei para o marido que, ainda no outro dia lhes tinha tentado dar maçã partida aos bocados, a qual eles não comeram. E chegamos à conclusão que eles já gostam de roer a fruta.

Agora em casa tratamos de lhes dar a fruta para a mão e eles que se desenrasquem. O mais chato é depois de comerem temos que limpar o chiqueiro que eles fazem.

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Estão cada vez mais crescidos.

Até quando conseguiremos fugir

Ontem foi dia de consulta de desenvolvimento do Guilherme. Foi uma consulta rápida porque neste momento ainda estamos numa fase de habituação há escola. O Guilherme está completamente integrado na escola, quer com os professores quer com os colegas. Contudo os resultados das fichas intercalares não foram os melhores. Estávamos habituados a que tivesse bons e muito bons e desta vez ficou-se pelo satisfaz. Confesso que fiquei preocupada e falei com a professora que me descansou dizendo que os resultados das fichas não coincidem com o que ele sabe e com o seu desempenho na sala de aulas. A professora disse-me que lhe deveríamos dar tempo para se adaptar e que falávamos novamente após os testes do final de período.

Mesmo depois desta conversa não fiquei descansada e ontem referi à médica as notas que ele tinha tido. Primeiro a médica perguntou-me se a escola era mais rigorosa ao que eu respondi que pensava que não. Claro que fiquei a pensar sobre o assunto e se calhar até é um pouco mais rigorosa, pelo menos a nível dos trabalhos de casa trás o dobro do que trazia o ano passado. Mas mais rigorosa ou não sei que ele é uma criança capaz de atingir outro tipo de notas. 

Depois a médica disse-me que já deveríamos estar à espera que as notas começassem a descer. Eu expliquei que ele sabe as coisas mas faz tudo a correr e de cabeça no ar. Muitas são as vezes em que a pergunta é o que é o X e ele responde o que é o Z. Mais uma vez, a doutora explicou-me que tudo isso são sintomas do défice de atenção. Ele começa a ler a pergunta mas farta-se e deita-se a adivinhar o fim da mesma. Explicaram-me também que este tipo de problemas são muito mais difíceis de detectar do que por exemplo a hiperactividade. Porquê? Uma criança hiperactiva, por norma, perturba a sala, logo o professor queixa-se muito mais cedo da dita criança. No nosso caso a hiperactividade está superada ou pelo menos muito reduzida, o que faz com que ele se porte bem na sala.O único sintoma é, por vezes, estar desatento o que os professores não estranham porque é normal numa criança.

A médica disse-me, mais uma vez, que deveríamos passar para a medicação. A tão famosa medicação da qual andamos a fugir à quatro anos.

Saímos da consulta com nova marcação para Janeiro. Em Janeiro reavaliaremos a situação, consoante foram os resultados dos conners e dos testes, decidiremos se começamos ou não a medicação. Nem perguntei em que é que consistirá a mesma. Se calhar deveria ter perguntado de forma a poder pesquisar os seus efeitos mas acho que ainda estou em fase de negação.

A verdade é que não quero medicar o meu filho e vimos a lutar contra este sistema à vários anos. Mas também é verdade  que quero o melhor para ele e o melhor para ele não será ter um bom aproveitamento escolar? Como é que vai ser um adulto de sucesso se não tiver estudos? Como é que vai progredir nos estudos se não aprender agora bem as bases?

Devo dizer que estou muito confusa sobre o assunto. Já pensei em coloca-lo num centro de estudos para o ajudarem a subir os resultados. Eu e o marido falamos em coloca-lo lá umas horas ao sábado, único dia em que o menino tem disponibilidade, mas depois perguntámos-nos quando é que ele vai ter tempo para brincar? Entre escola, piscina, musica e explicações quando terá tempo para ser criança?

Acho que vou ter que deixar de pensar sobre o assunto e simplesmente deixar o tempo seguir o seu rumo. Vou tentar ajudá-lo mais, vou tentar prepará-lo melhor para os testes que se avizinham e, quem sabe, talvez consigamos subir as notas. Fiquem a torcer por nós.

Coisas que só nos acontecem a nós nº 16

Estava a ler o post de hoje da Chic'Ana e lembrei-me de mais uma daquelas que só nos acontecem a nós.

 

Todos os anos temos por habito ir à neve na Serra da Estrela. Esta tradição começou quando eu e o meu irmão éramos pequenos e ainda a mantemos até hoje. Numa das idas em questão levamos o filho de uma amigo do meu pai connosco. Paramos numa zona mas a meio da serra onde brincavam meia dúzia de miúdos, sem grandes confusões. Ora ao fim de alguns anos de idas à neve, começamos a pensar que já somos experts no assunto e eu não sou diferente. Resolvi trepar para uma parte mais alta da neve para poder brincar à vontade. Ora a neve naquele local estava a começar a derreter, cada vez que eu metia um pé enterrava-me até aos joelhos. Claro que não desisti e consegui chegar ao topo seguida do amigo que levávamos connosco.

O meu irmão viu-nos e queria ir para ao pé de nós. O meu pai ( que não é uma pessoa nada brincalhona) indica-lhe que fosse subir pelo exacto sitio onde eu me tinha enterrado até aos joelhos. O meu irmão assim o fez, meteu um pé e enterrou-se, meteu o outro e ficou preso. Eu e o amigo tentamos sem sucesso tirá-lo mas sem sucesso, um dos sapatos estava preso e não conseguíamos fazer angulo para o tirar. As pessoas à volta começaram a olhar para o meu pai que nada fazia sobre o assunto. O meu pai olhava para ele e para os sapatos como que avaliar a situação. Nós continuávamos a tentar ajudar o meu irmão, até que sentimos o meu pai ao pé de nós e começamos a ouvir risos e gritos. Finalmente o pai conseguiu tirar o irmão do buraco e então reparei que estava uma multidão a rir e a olhar para nós. Olhei para nós a tentar perceber o motivo da risota e deparo-me com o meu pai descalço na neve.

Aparentemente decidiu que não queria molhar os sapatos novos, então tirou os sapatos e as meias e lá foi ele para cima da neve.

Até estou com frio só de me lembrar .

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