Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Ontem chego a casa e o marido tinha mais novidades sobre a escola:
1º - O Leonardo almoçou um copo de água. Questionamos o menino sobre o que era o almoço, respondeu que era massa mas que tinha um molho esquisito e ele não come essas coisas.
2º - O Guilherme andou à porrada com um colega. Eu nem queria acreditar! O meu paz de alma andou à porrada? Questionei-o sobre o assunto e ele explicou-me que estava a jogar a atirar uma bola. Era a vez de um dos meninos mas o outro não queria dar a bola, então o meu menino, que tem tem o síndroma de defensor dos fracos e oprimidos, resolveu intervir e tirar a bola ao colega. Este não gostou, agarrou-se a ele e o desfecho já nós sabemos. Conversámos com ele, explicamos que não queremos que bata em ninguém mas se lhe baterem deve defender-se. Depois questionámos se ele tinha pedido desculpa. Eu pedi mas ele não me pediu a mim. Demos um aerto de mão, eu apertei mas ele não estava a apertar, depois olhamos um para o outro e começamos a rir. Menos mal, a situação ficou controlada.
Estacionei o meu Fiat Uno na Avenida Infante Santo, paguei o paquímetro e fui para uma consulta. Cerca de uma hora depois venho ao telemóvel com o namorado, marido actualmente, pela rua abaixo. Ás tantas chego ao fim da rua e digo-lhe que passei pelo carro e nem o vi. Resolvo desligar o telemóvel pois, já estava a ficar atrasada para trabalhar e torno a subir a rua à procura do carro.
Chego ao fim do estacionamento e nada. Mau mas eu passei outra vês pelo carro? Torno a descer a rua, quem me visse diria que eu era maluca de andar ali rua acima rua abaixo. Desta vez, venho a descher com toda a atenção até que chego ao ponto em que tenho a certeza que parei o carro mas o lugar está ocupado por outro veiculo. Ligo para o namorado, explico-lhe que não encontro o meu Fiat. Ele responde-me que deve ter sido rebocado. Olho para o relógio e verifico que estou dentro da hora, replico que não devem rebocar carros 10 minutos antes de o tempo acabar. O namorado diz-me para apanhar um autocarro ou um táxi que depois logo se vê. Respondo que não tenho dinheiro comigo, não faço ideia onde haja um multibanco e faço ainda menos ideia que autocarro apanhar.
Finalmente o namorado diz-me para esperar que já vai ter comigo. Fico então à espera que o meu príncipe apareça num cavalo branco e milagrosamente encontre o carro desaparecido. Chega meia hora mais tarde numa camioneta branca do trabalho. Dirigimos-nos para a esquadra da policia para dar parte do furto.
Ele entra e eu fico cá fora a avisar a patroa que não vou conseguir comparecer ao trabalho. Quando entro vejo um policia e ligar para a Emel para saber do carro. Fico confusa, ao mesmo tempo sou abordada por um policia que mais parecia que estava a falar para uma pessoa com problemas mentais.
-A menina tem a certeza que pagou o parque?
-Claro.
-E deixou o ticket à vista?
-Obviamente.
- E a que horas acabava o parque?
- Acabava as 18H.
Olha para o relógio e confirma que são 18:15H. Entretanto o policia informa que da emel não rebocou nenhum veiculo durante o dia da rua em questão. Mais questões:
- A menina tem a certeza que parou o carro na Avenida principal?
-Já lhe disse onde parei o carro, a que horas, que paguei o parque. Eu só quero encontrar o meu Fiat Uno.
-Há é um Fiat Uno! Então foi roubado de certeza, já podia ter dito há mais tempo.
Contei até mil para não mandar o agente para um sitio que eu cá sei. Lá apresentamos queixa e encontraram o carro uma semana depois, em cima de quatro tijolos, já sem radiador e outras peças.
Apesar do azar fiquei com uma sensação de sorte nesta situação toda. Isto porque no dia seguinte roubaram um veiculo na mesma rua mas levaram a condutora e tudo.
Fico sempre impressionada com a capacidade de raciocínio deles, são tão pequenos mas já tão inteligentes.A cada dia que passa vejo os meus bebés mais crescidos. Ainda há pouco se começaram a por em pé agarrados às coisas agora fazem-no com uma facilidade. Já nem precisam de ter onde se agarrar basta ter um encosto. Colocam as palmas das mãos numa parede e upa estão de pé. Ainda ontem o marido me perguntava se tinha sido eu que tinha aberto uma porta do armário, respondi que não tinha sido eu. Estávamos ambos a pensar quem teria aberto a porta porque os pequenos só chegam às gavetas, olhamos para o lado e lá estava o Salvador em pé a abrir as portas do armário.
No domingo estava deitada no sofá a sentir-me péssima ( depois da noite toda a vomitar), o Salvador veio sentar-se a olhar para mim e a desafiar-me para jogar à bola. Eu fingi que não estava a ver, nem conseguia pensar em sentar-me no chão. Então o rapazito colocou-se em pé, agarrado ao sofá com uma mão e na outra trazia a bola. Ali estivemos a atirar a bola um ao outro em cima do sofá.
Pergunto-me como é que ele teve a ideia de ir ter comigo. Ou como é que eles sabem em que botões do comando carregar para mudar os canais. Ou como já perceberam como ligar e desligar a máquina de secar roupa...
Fico sempre impressionada com a capacidade de raciocínio dos bebés, são tão pequenos mas já tão inteligentes.
Costumo dizer que sou um pouco distraída mas a verdade é que sou muito distraída. Por vezes queixo-me que sou azarada mas a verdade é que já tive sorte em muitas situações na vida, sem esquecer no amor.
Resolvi então contar algumas das peripécias que já nos aconteceram e que ainda hoje nos fazem rir até chorar.
Tinha tirado a carta à pouco tempo e o meu pai deu-me o seu Fiat Uno para eu usar. Num belo e luminoso dia de Verão fui ao posto médico com a uma consulta com a mãe. Á saída dirigimos-nos ao carro, eu coloco a chave na porta e a fechadura nada de rodar. Comento com a minha mãe que não conseguia abrir a porta e dou a volta ao carro para tentar abrir a porta do passageiro. Tento na outra fechadura e nada.
A mãe pergunta onde é que eu tinha partido a antena. A chamada antena era um bocado de ferro roscado das obras, o pai fartou-se que lhe palmassem as antenas e arranjou aquela que nunca mais desapareceu. Eu olho para o ferro e reparo que está mais curto. Se calhar bati com ele nalgum sitio, respondo para a mãe e continuo fogo, fogo a tentar abrir a porta. De repente reparo que aquele carro não era o nosso. Eu estava a tentar arrombar um carro azul escuro com umas faixas amarelas a dizer Uno enquanto que o meu era todo preto.
Mãe, anda embora que este carro não é o nosso! Que figura.
Acabei de passar um momento hilariante a tentar ajudar um Sr. da Jugoslávia. Primeiro começou a desbobinar em francês pelo que tive que lhe pedir para falar em Inglês. Decidida a língua, o Sr. pediu-me a morada da minha empresa, tem um motorista a caminho e não sabe onde fica. Peço-lhe um email para lhe enviar o endereço e foi preciso 15 minutos para o conseguir. Ele só dizia que o email era muito fácil mas, com a pronuncia dele eu não percebia nada.
Pedi-lhe então que soletrasse, ele dizia ok mas eu não gosto nada de soletrar. A custo lá me soletrou o endereço, depois diz que vai repetir para termos a certeza que está certo. Começa a dizer S from Spain, P from Portugal.... Detecto que me disse um A em vez de um E e um G em vez do D. Ás tantas apercebo-me que do outro lado estavam inúmeras pessoas a ajuda-lo, ouvia várias línguas diferentes. Ele dizia E de ... e ouvia-se England, Eslováquia, Escandinávia como ruído de fundo. Risota total, tanto do lado de lá como do lado de cá.
Por fim lá consegui enviar o email ao Sr., responde-me de volta com uma foto do google maps e pergunta-me se estava correcto. Verifico que o google está incorrecto pelo que tento deslindar aquele mapa para o ajudar. Digo-lhe que vou desligar a chamada para tentar pesquisar melhor e que lhe envio um mapa decente. Agradece-me muito, diz que da próxima vez me envia uma flores e despede-se num adeus e obrigado perfeito.
Pesquisei e pesquisei mas consegui. Respondi-lhe de volta com as coordenadas GPS e com a morada que teria que colocar no google maps ( não é a morada correcta mas é a que o mapa indica).
Ontem, cheguei a casa e o marido informa-me que a monitora lhe esteve a fazer queixas do Leonardo quando o foi buscar. Já? Ainda vamos no segundo dia!
Então a educadora estava muito preocupada porque ele não quis comer. Disse que lhe tentou dar umas colheres de sopa à força ( acabou de ganhar um inimigo para a vida), mas desistiu porque ele estava quase a vomitar. O marido explicou que ele era mesmo assim e para não se ralarem e não insistirem.
Hoje de manhã, alguém acordou de muito mau humor a dizer que não queria ir para a escola. Dizia que a escola agora é uma seca. Lá estive eu que o convencer a ir e prometer que ninguém lhe vai obrigar a comer a sopa. E se eu não gostar do comer? Não comes.
Que ei eu de fazer, ele que passe fome pode ser que assim abra a pestana.
Ontem foi o primeiro dia das actividades de férias. Ás 8h lá estava eu a deixar o Gui e o Leo na escola. Vi os respectivos grupos, informei a monitora que estava no portão e ela tratou de encaminhar os meus meninos.
Subi as escadas e, como sempre, olhei para dentro da escola só para ter certeza que estava tudo bem. Vejo então os meus filhos, de mãos dadas, no meio do pátio da escola. Fiquei um pouco há espera para ver e eles não se mexiam, lá continuavam agarrados um ao outro com um ar perdido e desnorteado.
A minha vontade foi ir busca-los imediatamente mas depois pensei que tenho que os deixar crescer e desenrascar. Olhei de novo, vi que algumas monitoras já estava a tratar de os separar e encaminhar para os respectivos grupos.
Vim trabalhar e passei o dia todo a pensar se estariam bem? Será que comeram? Será que se divertiram? Será que puseram os bonés? E o protector solar?
Sai as 18H e apressei-me para chegar a casa. Assim que entrei fui logo questionar como correu o dia. A resposta que obtive foi que o dia foi muito fixe. Ser deve ter sido pois estavam tão cansados que nem quiseram jantar.
Ontem fui almoçar com uma amiga e com os respectivos filhos. Três meninos, dois deles gémeos e uma menina que ainda está no quentinho da barriga da mãe. Foi bom vê-la feliz, finalmente acertou na receita. Está tudo em pulgas com a chegada deste novo membro, resta dizer que esta menina vai ter muito amor e muitos irmãos mais velhos a olhar por ela.
Já há algum tempo que não estávamos juntas. Passaram lá por casa para ver os gémeos mas isto já foi à meses atrás. Como o tempo corre depressa. Estávamos fartas de falar que tínhamos que combinar e ela estava sempre a chatear-me que tinha umas coisas para os meninos. Ontem lá se proporcionou embora tenha sido um pouco a correr.
Adorei as prendinhas e já avisei o marido que no fim de semana temos que os pendurar.
É uma irmã dela que faz e devo dizer que adorei. O do Leonardo então está mesmo à personalidade dele, piratinha
O Guilherme não foi discriminado simplesmente recebeu o dele logo à nascença, se bem que é um modelo diferente.