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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Não por aqui não é feriado.

Não é feriado para alguns. Sim, porque o marido ficou em casa com os pequenos e eu tive que vir trabalhar. Já estou habituada a ter que dar o litro nesta altura do ano e confesso que nem me importo muito até porque não gosto particularmente do Carnaval. Compro mascaras para os mais velhos porque têm que ir mascarados para a escola. Mas não compramos mascaras para os gémeos. Primeiro porque não encontrei nada para o tamanho deles, ou eram pequenas, ou eram grandes, ou custavam os olhos da cara. Ora isto, aliado ao facto de não ter tido tempo para procurar alternativas, visto andar a trabalhar de sol a sol, resultou que não vamos mascarar os pequenos.

No entanto não era sobre mascaras que eu queria falar neste tema. Quero sim abordar um tema mais complexo, queria falar-vos sobre a postura das pessoas em relação ao trabalho. Devido a este pico de actividade que temos atravessado vi-me forçada a contratar pessoas durante um mês. Recebi nove trabalhadores dos quais três já tinham trabalhado nesta operação. Por se tratar de uma campanha urgente temos sempre que fazer horas e trabalhar sábados de forma a cumprir com o deadline dos clientes. Ora para meu grande espanto nenhum dos novos funcionários está disposto a trabalhar sábados. Quase nenhum quer fazer horas e têm sempre desculpas. Um diz que têm que ter tempo para a família o que eu até percebia se fosse uma coisa para ser fazer o ano todo, no entanto será apenas por um mês. A pessoa em questão até veio do fundo de desemprego pelo que me pergunto se não teve tempo para estar com a família? Não vai ter tempo a partir da próxima semana quando tiver que o dispensar? Já agora o rendimento extra não lhe dá uma ajuda já que tem filhos para sustentar?

Um não quer trabalhar porque têm que ir sair com a namorada, outro porque lhe doem as costas, outro porque trabalha à noite e precisa de dormir. Claro que o trabalho sobra para nós os que já somos efectivos. Somos nós que ficamos até as 23H, somo nós que trabalhamos 10 horas nos sábados, tudo porque a geração a seguir à nossa já nasceu cansada. Estes rapazes esquecem-se que temos que começar debaixo e que é necessário provar o nosso valor. Como é que esperam ter um trabalho fixo se não mostram nenhuma ética profissional. Estes rapazes querem empregos e não trabalhos.

Sei que pareço um pouco dura mas digamos que tenho vindo ficar calejada com o passar dos anos. Depois oiço falar sobre a enorme taxa de desemprego e pergunto-me onde andam as pessoas que querem trabalhar. Chego a ter saudades do tempo em que só me apareciam brasileiros. Bem sei que muita gente se queixou que os brasileiros vieram roubar trabalho aos portugueses mas a verdade é que os brasileiros vieram fazer os trabalhos que os portugueses não queriam. Tive um funcionário que dizia que o nome dele era trabalho e o sobrenome horas extra. Tive outro que trabalhava efectivo numa empresa aqui perto que fechava no mês a Agosto .O rapaz em vez de gozar férias vinha trabalhar connosco durante esse mês.

Agora digam-me por favor se estou assim tão errada? 

2 comentários

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    Catarina 10.02.2016

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