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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

A sinceridade das crianças

Os gémeos estavam esfomeados, como estão sempre, e por isso dei-lhe logo o jantar apesar de os mais velhos ainda se estarem a despachar. Aparece-me então o Guilherme na cozinha depois do banho e pergunta:

- Porque é que eu não tenho prato na mesa?

- Porque estas de dieta.- Gozo eu enquanto vou ao quarto buscar algo

- Mas eu estou de dieta porquê? - pergunta enquanto vem atrás de mim

- Porque eu digo que não precisas de comer hoje.

- E eu?- grita o Leonardo do banho

- Tu também estás de dieta. - goza o pai

- E tu também estás de dieta pai? - pergunta o Leo

- Eu não.

- Mas tu é que precisas é que estas um bocadinho gordo!

 

 

 

Pintar as unhas não é assim tão fácil

Adoro unhas arranjadas e pintadas mas não consigo ter as minhas assim. Devo sofrer de algum problema porque nada dura comigo. Uma pintura normal dura-me dois dias. Já coloquei unhas de acrílico e tratei de as partir todas. Entretanto resolvi experimentar o verniz gel que nem uma semana me durou. Começou a saltar tudo e como estava em casa com o pequeno que foi operado nem pude ir ao cabeleireiro tirar o resto.

Certo dia fartei-me de ter unhas meio pintadas e colocar verniz por cima para disfarçar a coisa. Muito a esforço lá consegui colocar verniz nos dez dedos sem fazer estragos. Estava bastante contente com o resultado e sentei-me à espera que secasse. Um pouco depois os gémeos acordaram e um deles aponta para a minha cara e pergunta:

- Mãe dói dói na caua?

Eu olhei para o  espelho e percebi que tinha a cara cheia de verniz vermelho. Pior ainda foi perceber que nem o meu robe novo escapou à coisa. Ainda tentei limpar com acetona mas não tive grande resultado. Não tive grande resultado no robe porque as unhas foram-se todas.

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 Sou eu que sou muito desastrada ou isto de pintar unhas é difícil?

Brincar às escondidas n#2

Os pequenos continuam a adorar brincar às escondidas. Eu costumo brincar com eles, um deles conta enquanto eu me vou esconder. O segundo acha piada vir para o pé de mim e acaba sempre por denunciar o nosso esconderijo. Outras vezes sou eu que conto e depois vou encontra-los no meu ultimo esconderijo.

No fim de semana queriam jogar mas eu estava ocupada a fazer o almoço. Os mais velhos quiseram estão jogar com os irmãos. O  Guilherme voluntariou-se para ser sempre a contar. O Leonardo escondia-se e os pequenos seguiam-no. Adorei ver como o Guilherme andava pela casa a fingir que os procurava embora soubesse desde o primeiro minuto onde estavam escondidos. Fartei-me de sorrir a vê-lo imitar-me, ignorando um pé de fora dos pequenos ou os risos que indicam bem o paradeiro deles. Em vez disso o mais velho andava pela casa a dizer:

- Onde é que eles se esconderam?

- Não estão aqui.

- Também não estão aqui. Estou a ficar sem ideias.

Os pequenos não conseguiam conter os risos de felicidade por conseguirem estar escondidos sem que o irmão os descobrisse.

São estes momentos que me fazem perceber que é tão bom ter irmãos.

É tão fácil fazê-los sonhar!

No fim de semana os rapazes foram visitar os avós, quando os fomos buscar estavam todos contentes e com pouco vontade de vir embora. Os mais velhos correram a mostrar-me que o avô lhes tinha dado uma nota a cada um.

- Mas que nota é essa? Mostra-me?- pedi eu

- É um dólar! - respondeu o avô

- É falsa, certo?

- Não é verdadeira.

- O avô disse-nos que é para quando viajarmos à América.- afirmou o Leonardo

- Pois assim quando lá tivermos temos o nosso próprio dinheiro para gastar. Quanto é que vale um dólar? O que é que posso comprar? Quem é este senhor na nota?

Claro que passaram o resto do dia a namorar a nota e a fazer planos sobre o que comprar com os seus fantásticos dólares. É tão fácil fazê-los sonhar!

Coincidência ou pressentimento?

Fiquei a saber que no dia da operação do Santiago o Salvador esteve bem na creche. Contudo segundo a educadora por volta das nove e um quarto o rapaz deu em chorar sem motivo nenhum e só chamava pelo mano. Disseram-me que esteve assim meia hora, depois parou e passou o resto do dia animado.

O curioso disto tudo é que eu sei que o Santiago estava a ser operado exactamente no período de tempo em que o Salvador chorou. Coincidência ou pressentimento?

Acordar uma hora mais cedo

Acordar uma hora mais cedo é difícil. Uma pessoa estava habituada a abrir os olhos e visualizar alguma claridade enquanto que hoje ainda era noite cerrada. Quando o despertador tocou pensei que me tinha enganado e colocado aquilo para tocar a meio da noite. Desliguei-o e tentei a custo ver as horas embora os meus olhos não quisessem colaborar. Percebi então que estava mesmo na hora de me levantar mas dai a ter conseguido fazê-lo passou mais um quarto de hora.

A escuridão, o frio, a chuva e o facto de ser segunda-feira também não ajudam a animar a manhã. Para além disso regresso ao trabalho depois de semana e meia fora, sei que vou ter muita coisa para colocar em dia. Hoje vai ser um daqueles dias em que nem vou ter tempo para ir à casa de banho. Vamos lá tentar ter uma boa segunda-feira.

Como explicar a diferença entre um livro e um filme.

Estava eu a ler o livro "Viver depois de ti" que me foi emprestado pela Mula quando o marido me perguntou:

- Porque estas a ler esse livro se já viste o filme.

Eu limitei-me a responder-lhe que são coisas muito diferentes mas fiquei a pensar como é que poderia explicar a alguém que não gosta de ler que um livro é muito mais que um filme.

Como explicar que num filme vemos a história da perspectiva que nos apresentam enquanto que num livro podemos fazer as nossas próprias ilações? Que num livros conseguimos sentir muito melhor as emoções das personagens. Conseguimos ver o ambiente que os envolve e até conseguimos sentir os cheiros que os andam no ar. Como explicar que as personagens se entranham na nossa cabeça, que aprendemos a gostar delas e nos é tão difícil dizer adeus quando chegamos ao fim. Como mostrar que só nos apetece ler páginas atrás de páginas para saber mais sobre a história. que quando não estamos a ler estamos a reviver o que já lemos e a pensar no que virá na próximas páginas. Que quando chegamos ao fim sentimos um misto de emoções, se por um lado estamos felizes por saber o final da história por outro lado, sentimos tristeza por termos que abandonar estes amigos imaginários que nos acompanharam enquanto durou a leitura. 

Eu prefiro um livro, sempre um livro.

 

 

Beijos

Não há melhores beijos que os de uma inocente criança. Beijos molhados e ruidosos. Beijos dados de livre e espontânea vontade e sem esperar nada em troca. Bem isso nem sempre é verdade porque muitas vezes depois de me encherem a cara de beijinho tratam de encostar a bochecha à minha boca para eu retribuir a enchente de beijos.

Não há nada melhor que estar no sofá e ser surpreendida por uma menino que chega e me beija as pernas de cima a baixo. Nada melhor que um pequeno pegar na nossa mão e começar a mar beijinhos em todos os centímetro.

Nada melhor que um menino chegar ao pé de nós rodear o nosso pescoço com os seus braços pequeninos. Sentir aquele cheiro a criança. Sentir aquelas mãos pequeninas que nos fazem festinhas enquanto que a boquinha nos beija as pálpebras, o nariz e as bochechas.

Digam lá que estes não são os melhores beijos do mundo?

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