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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

O mordidelas

- Leonardo foge! Vem ai o mordidelas...- Grita o Guilherme.

- Oh não o mordidelas!!!!- Grita o Leonardo enquanto foge.

- Mordidelas, vai embora.

- Mordidelas não me mordas.

- Mordidelas vai morder o Guilherme.

- Não morde o Leonardo.

- Meninos mas o que é que se passa aqui?- pergunto eu já cansada de tantos gritos e correrias.- Não podem brincar de outra maneira?

- Mas mãe o mano não nos deixa brincar.

- Pois é mãe, anda sempre atrás de nós a morder-nos.

- Estão a falar do Santiago? Então quem é o mordidelas?

- É o mano. Como só sabe morder pusemos-lhe a alcunha de mordidelas.

A alcunha pegou e agora todos o chamam de mordidelas.

Pior a emenda que o soneto

Tínhamos uma porta do escritório descaída. A porta roçava no chão de madeira cada vez que era aberta ou fechada.

Acharam por bem chamar um senhor para dar um jeito à dita. O senhor chegou, analisou e arranjou uma solução. Retirou a porta das dobradiças e colocou anilhas nas mesmas.

A porta ficou mais alta e deixou de roçar no chão. Agora roça em cima e quase nem se consegue abrir e fechar.

É mesmo caso para dizer que foi pior a emenda que o soneto.

Exercício em casa

Dizem que a lida domestica é um excelente exercício físico mas eu hoje descobri outra modalidade que promete milagres.

Experimentem calçar umas meias de lã que inadvertidamente foram parear à máquina de secar. Tentem enfiar um pezinho 36 numa meia que no máximo calça um 32. Garanto-vos meia hora de exercício no mínimo e se conseguirem colocar o pé lá dentro vão perceber que não conseguem esticar os dedos.

Serão necessários mais uns minutos e uns excelentes puxões para conseguir transformar arremediar a coisa. No fim vão olhar para o espelho e perceber que as meias mais parecem uma soquetes mas não vai importar nada. Vão sentir-se orgulhosos de vós mesmos por terem conseguido tal feito embora tenham suado em bica para o fazer.

Pensamentos, pensamentos

Ando cansada, ou melhor ando exausta. Não por causa dos pequenos que têm dormido lindamente mas sim por causa da minha cabeça que teima em não sossegar.

O marido vai para a cama cedo porque tem que sair de madrugada e eu deixo-me ficar no sofá a ver uma série. Por norma consigo ver cerca de vinte minutos antes de adormecer. Acordo cerca de meia hora mais tarde e vou para a cama. Acontece que entre a sala e a cama a minha cabeça resolve despertar. Deito-me e tento dormir. Os pensamentos ganham vida própria e passam a uma velocidade vertiginosa. Eu quero dormir mas não consigo parar aquela avalanche de ideias que me desfilam diante dos olhos. Passado uma hora desisto e volta para o sofá. Acabo de ver a série, isto é, tenho sorte se conseguir acabar a série antes de adormecer. Acordo novamente toda torta e vou para cama. Mais uma vez a minha cabeça resolve lembrar-se de tudo e mais alguma coisa e não me deixa dormir. Desisto ao fim de uma hora, volto para a sala....

Provavelmente já perceberam que é um ciclo vicioso. Acabo por adormecer na cama quase à hora de o marido deitar. O despertador toca cerca de três horas depois contudo, parece-me que só passaram minutos. 

Gostava mesmo de descobrir onde desligo estes pensamentos para conseguir dormir descansada.

Quando o coração diz uma coisa e a cabeça outra

Por vezes na vida vemos-nos confrontados com situações, ou decisões, em que a cabeça e o coração não se entendem. Nem sempre é fácil perceber qual o caminho que devemos seguir. Devemos seguir o coração que nos indica que devemos avançar e preocupar com as futilidades depois? Devemos seguir a cabeça que nos adverte de todas os contras da nossa decisão?

Devemos seguir o coração e viver tudo intensamente ou devemos ouvir a nossa consciência que nos diz que o mundo não acaba hoje?

Durante anos na minha vida coloquei o coração para segundo plano. Todas as decisões foram muito bem ponderadas antes de serem tomadas ou postas de parte. Muitas foram as coisas que não fiz ou adiei à espera de uma altura melhor. E se não houver uma altura melhor? E se não houver amanhã?

Cheguei a uma fase da vida em que vejo que afinal a vida nem sempre é longa como esperamos. Cada vez mais vemos amigos e conhecidos lidar ou sucumbir a doenças. Pensamos para nós se aquela pessoa viveu tudo o que queria? Provavelmente não aliás tinha toda uma vida pela frente. Pensamos que afinal as coisas que achamos tão importantes não o são afinal. Pensamos que deveríamos ouvir mais vezes o coração. Não digo que o devamos seguir sem olhar para trás mas, se calhar, devemos dar-lhe uma hipótese. Devemos, talvez, tentar um entendimento entre o que a cabeça e coração dizem. Um meio termo que nos permita seguir os nossos sonhos mais loucos sem que isso signifique ficar falido ou a dormir debaixo de uma ponte.

 

Já há algum tempo que não acontecia

No fim de semana fomos ao parque com os rapazes. Estávamos todos entretidos na brincadeira quando senti uns olhos fixos em mim. Percebi que se tratava de uma colega nova do trabalho pelo que lhe acenei e continuei na brincadeira.

Na segunda-feira cruzei-me com a colega no refeitório e ela disse-me:

-       Ontem era tu não eras?

-       Sim era eu.

-       Fiquei na duvida como estavas de fato de treino e cabelo apanhado. Coitada!

-       Desculpa?

-       Vi os teus meninos e são tão próximos que me pareceram gémeos.

-       Sim são mesmo gémeos.

-       Dois filhos é muito difícil ainda por cima gémeos.

-       Não são dois são quatro.

-       Quatro? – perguntou escandalizada

-       Sim os outros dois que estavam connosco também são meus filhos.- continuei eu só para escandalizar mais um pouco

-       Deve ser mesmo muito difícil.

Mais tarde, em conversa com uma colega, mais chegada, esta afirmou que achou imensa piada à conversa. Segundo a minha colega a senhora já estava muito assustada com os gémeos e quando soube que eram quatro até mudou de cor. Eu comentei que percebi que ela até ficou de olhos esbugalhados. Fartamos-nos de rir sobre a minha capacidade para escandalizar pessoas. Que hei de fazer, gosto de ser diferente.

Temos engraçadinho

Ontem existiu a seguinte conversa cá em casa.

- Se concorremos aquilo do panda ganhávamos um tablet.- disse o Guilherme

- Pois é poderíamos inscrever-nos.- opinou o Leonardo

- Nós ganhávamos de certeza, aquilo é tão fácil e assim ficávamos com dois tablets.- continuou o Guilherme

- Passávamos a ter dois, um para ti e um para mim. Mãe eu gostava de ter um tablet só para mim.- informou o Leonardo

- Eu também gostava de ter muita coisa. Não penses que vais ter outro tablet porque um chega perfeitamente. Já sabem que cá em casa partilhamos tudo.

- Partilhamos tudo? Então posso começar a partilhar os meus trabalhos de casa com alguém?- perguntou o Guilherme

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