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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Preparação para as férias

Nestes últimos dias temos estado a tentar encontrar uma casa para alugar no Algarve para passarmos férias. Este será o primeiro ano que iremos para o Algarve e confesso que estou chocadíssima com os preços praticados. Ainda por cima que estamos a falar do mês de Junho ( supostamente epoca media) e não de Julho ou Agosto.

Devo dizer que à dois anos estivemos os 4 num hotel no sul de Espanha durante 9 dias com tudo incluído e pagamos praticamente o valor que me pedem só pela casa. Se acrescermos o valor que vamos gastar em comida fica num balúrdio.

No entanto, o marido quer ficar em Portugal por causa dos pequenos e verdade seja dita já tive a pesquisar em Espanha mas não existem hotéis com quartos para tanta gente. A escolha passa por aparthotéis ou então dois quartos no mesmo hotel mas os meninos ainda são pequenos para isso, talvez mais uns aninhos.

A mãe não se consegue conformar, não existe nada melhor do que levantar da cama descer ao restaurante e comer o que nos apetecer. Ir para a praia ou para a piscina e à hora de almoço e de jantar é só entrar no restaurante e escolher.Cada um de nós poder o que quiser sem ter de ouvir eu não gosto disso. Voltar ao quarto e ter tudo limpo e arrumado sem ter de mexer uma palha. Eu digo muitas vezes ao marido que prefiro uma semana num hotel a um mês de férias numa casa.

Vejamos, numa casa temos que fazer as camas, limpar, cozinhar, lavar loiça, afinal não foge muito da rotina que temos em nossa casa. No máximo podemos tentar comer, saltamos a parte de cozinhar e lavar a loiça mas não sei se justifica o rombo na carteira.Além disso os gémeos ainda não podem comer tudo pelo que estamos condicionados. Não é que eu não goste de cozinhar e limpar mas por vezes sabe bem uma pequena pausa.

Enfim já me mentalizei mas tomei uma resolução, vamos viajar com mais um membro da família. Sim a minha Bimby vai connosco. Será que não posso viver sem ela? Poder, podia mas não era a mesma coisa.

Estas crianças fazem cada uma!

Por vezes os nossos filhos fazem ou fazem coisas que nos deixam boquiabertos. Nós pais ficamos a tentar perceber de onde veio aquela acção ou informação. Muitas vezes não encontramos uma origem apenas sabemos que em determinado período apreenderam aquela informação. Lembro-me que o Guilherme com cerca de um anos aprendeu a deitar-se no chão a fazer fita. Onde aprende uma criança que está em casa e não tem outras crianças perto este tipo de comportamentos? Existem coisas que aparecem espontaneamente e não tem explicação.

No fim de semana, o Santiago estava no andarilho, na sala com o pai. Eu estava no cozinha a tirar a roupa da máquina e apercebi-me que ele tinha saído da sala, pensei que vinha ter comigo mas eis que ele começa a dirigir-se para o hall de acesso aos quartos. Continuei a dobrar roupa e oiço o Santiago emitir um som Lhé, Lhé.  Apressei-me a ir ao encontro do menino, olhei para o marido que já vinha também no encalço dele e perguntei se tinha ouvido bem. Encontramos o pequeno a tentar passar para o quartos dos irmãos contudo ficou barrado por um móvel que temos no hall. Como não conseguia sair passar começou a chamar mas, o som que emitia parecia mesmo que estava a chamar o Guilherme. Ainda pensei que tinha percebido mal mas o pai ouviu o mesmo, acho um pouco difícil estarmos os dois a alucinar. Claro que provavelmente tratou-se de uma casualidade mas que nos deixa de orelha no ar deixa.

Ontem foi a vez do Guilherme. Vínhamos no carro e ele diz que a senhora que estava a atravessar a estrada era uma idosa. Sabes mãe as velhas são idosas e os velhos são idosos. Não devemos dizer velhas e velhos então dizemos idosas ou idosos é mais educado. Eu não aprendi isto na escola, aprendi sozinho. Não consegui evitar rir do comentário e pensar que ele poderia transmitir esse conhecimento para o Leonardo que ainda no outro dia tivemos de repreender depois de dizer: "Já viram aquela velha feia!". Leonardo não dizemos velha dizemos senhora. "Está bem mas é uma senhora feia, não é?" As pessoas que passaram no momento afastaram-se a rir e eu tive que fazer um esforço enorme para manter uma cara séria enquanto lhe explicava que essas coisas não se dizem.

Hoje de manhã os pequeninos estavam a fazer uns sons tipo lha,lha, lha. O Leonardo vira-se para o Guilherme e diz que foi ele que ensinou os irmãos a dizer aquilo. Sim porque ele diz que os manos já começam a falar. Ainda no outro dia eles emitiram um som semelhante a olá e ele estava todo contente a dizer ao irmão que ele tinha falado.

É muito engraçado ver a interacção deles. É verdade que muito dos sons que os gémeos produzem aprenderam com os irmão. Um faz grrr e o outro responde igual. Um grita AH, o outro grita de volta. Estas crianças de hoje em dia tem uma capacidade de apreender que nos surpreende. Impressiona-me por exemplo a forma como os gémeos saltam para o tablet e se por acaso conseguem deitar-lhe a mão põem-se logo com as mãos a tentar mexer na imagem. E qual é o bebe que não adora o comando a televisão?

Estas crianças já vem com um processador mais avançado..

Mãe que é mãe não fica doente

Esta semana tenho estado um pouco aflita com a minha alergia. Alguma falta de ar, muita expectoração, voz afónica.

Ontem cheguei a casa tão aflita que até fui fazer bomba, coisa que até a data nunca tinha feito. Devido a estes sintomas não dormi muito bem de noite  pelo que tive muito tempo para pensar. É uma das coisas que me deixa mais danada, poder dormir e não conseguir, queremos descansar mas começamos a pensar nas coisas e já não conseguimos parar. Tomei nota de mil e uma coisas que tinha que fazer, procurar casa para as férias, verificar a data de validade do cartão do cidadão do Leonardo, ligar para a escola para saber das matriculas, fazer a lista de compras, pagar o imi, fazer uma pesquisa sobre carrinhos de bengala para os gémeos... Eu só queria dormir mas a maldita cabeça não queria colaborar.

Algures durante estas reflexões apercebi-me que desde que sou mãe nunca mais fiquei doente. Ás vezes ando um pouco adoentada mas doente, doente nunca mais. Mãe que é mãe vai buscar energia não sei bem aonde, faz das tripas coração mas não fica doente. Podemos estar aflitas a pensar deitarmos-nos quando chegamos a casa mas depois há banhos para dar, jantar para fazer, trabalhos para corrigir, quando damos conta já passou a noite e até nos aguentamos. Podemos acordar a sentirmos-nos miseráveis mas existem pequenos seres que precisam de nós pelo que não há tempo para ficar na cama a lamentar.

Eu sempre fui ruim para adoecer mas ultimamente costumo dizer que não tenho tempo para adoecer. Brinco muitas vezes que sou tão ruim que afugento os bichos, a única coisa que me afecta um pouco é alergia mas um comprimido e já passou. Confesso que também sou um pouco relaxada, fico à espera que as coisas passem por si. Exemplo disso foi ter andado três meses, depois dos gémeos nascerem, com perdas de sangue antes de ir ao médico. Fiquei com restos de parto e tive que fazer uma raspagem, todas as pessoas me dizem que não sabem como é que eu nunca tive febre ou não arranjei uma infecção. Lá está mãe que é mãe não fica doente.

 

 

 

Festa de aniversário

Ontem fizemos a festa de anos do Guilherme, como já vai sendo habitual ele escolheu um sitio para fazer a festa, desta vez foi no Rodinhas e nós só pagamos. Mesmo que quisesse fazer de outra forma não me resta tempo para organizar estas coisas. Já foi difícil ir actualizando a lista de crianças que iam, tanto que acabei por dar os números à empresa sem o Guilherme e o Leonardo. Só ontem quando estavam a entrar é que me apercebi que tinha duas crianças a mais do que tinha referido mas ao mesmo tempo não tinha nenhuma a mais do que as que estavam na lista.

Então fez-se uma luz nesta cabeça cansada.

Seguiram-se duas horas de muita brincadeira, correrias, pulos. Ora saltavam no insuflável ou se atiravam na piscina de bolas. Ora trepavam pelo Playground acima ora jogavam à bola.

 

Entretanto seguiu-se uma breve aula com regras e sinais de transito e de seguida  a pratica da condução. Nós ficamos no local com os mais pequenos e alguns pais amigos. O fotografo do estabelecimento veio falar comigo e disse-me que queria tirar uma foto da família com os pais o Guilherme e o presumível irmão que eu tinha ao colo. Eu respondi que poderíamos tentar mas com tantos era um pouco difícil. Segue-se a tão esperada pergunta:então quantos são? 2 pais e 4 filhos. E o comentário só para não variar: que pais cheios de coragem. Quando chegou a hora lá tentamos e até ficamos os 6 relativamente bem.

Chegou a hora de condução ficamos estupefactos com o que vimos. Se alguns já demonstram muita habilidade  e destreza no manuseamento dos karts bem como na interpretação dos sinais já os outros....Nem vos digo nem vos conto. Vimos de tudo, só lhes interessava andar se iam em sentido contrário não importa, aliás se até os adultos andam em contramão nas auto-estradas porque haveriam os pequenos de  respeitar. Cortavam as curvas pela via de sentido contrário, não paravam nos STOPs, tão pouco paravam quando os instrutores lhes atravessavam a frente. Até comentamos que os instrutores deviam ficar com as pernas cheias de negras de tantas cacetadas dos karts.

 

Finalmente lá acabou a lição e saíram todos ilesos, menos os instrutores. Foram lavar as mãos e vieram lanchar. Entraram na sala de lanche e não sei precisar qual dos rapazes vinha mais transpirado, traziam os cabelos encharcados e as t-shirts coladas ao corpo. Curiosamente as meninas até vinham muito compostas.

Devoraram o que estava na mesa, um lanche muito equilibrado com pão, bolinhos e bolachinhas, batatas fritas, pipocas, gelatinas e sumo. Durante cerca de 15 minutos não se ouvia um som sem ser o sorver sumo ou mastigar. O Leonardo agarrou-se às batatas fritas e devorou os dois recipientes,que existiam em cima da mesa, praticamente sozinho. De seguida cantaram os parabéns, o Leonardo apagou a vela ao irmão, acendemos novamente a vela e recomeçamos a cantar a parte final dos parabéns mas o Guilherme soprou imediatamente as velas antes que o irmão se antecipasse. Os pais que entretanto tinham chegado começaram a abandonar o local com as suas crianças.

 

Mais tarde, á no carro, o Leonardo mencionou que tinha sido o melhor dia de todos antes de adormecer. O Guilherme foi o caminho todo a dizer que gostava muito de nós, graxista. Não é que ele não seja uma criança carinhosa, até nos diz muitas vezes que nos adora mas num percurso de 15 minutos deve ter repetido o mesmo umas 20 vezes. Foi um dia conturbado e cansativo mas depois de ver a felicidade daquelas crianças todas ficamos com um sentimento de realização. Afinal a felicidade dos nossos filhos é a coisa mais importante do mundo.

 

 

 

Outra vez doentes...

Os meus bebes estão outra vez doente. Os sintomas começaram na terça-feira à noite apenas umas horas depois de terem levado a vacina Bexsero. Primeiro pensei que seriam sintomas da toma da vacina mas a verdade é que se assim fosso já teria passado. Tem tanta tosse, principalmente o Salvador. Passei as  ultimas três noites as voltas com ele. Adormeço-o no colo mas assim que o deito fica com o nariz obstruído e começa logo a chorar. Resultado dores nas costas e nos braços de tentar dormir com ele ao colo. Digo tentar porque assim que adormeço ele mexe-se ou geme e eu acordo ,levanto-me, abanou-o um bocado até adormecer, fecho os olhos durante mais alguns minutos. Passamos assim a noite os dois e vá lá que o Santiago ainda não está muito mal e consegue dormir.

Sinto-me tão impotente pois não há muito que possa fazer, coloco-lhes soro no nariz, faço massagens para ver se a expectoração sai mas nada resulta. Entretanto estão a começar com a pieira pelo que hoje ou manhã já devemos iniciar novo ciclo de Ventilan.

Sinto-me cansada em parte devido à falta de descanso mas principalmente porque eles estão sempre na mesma. Nos mães vivemos em função deles, quando um não está bem nós também não estamos. O marido oferece-se para ficar com eles e manda-me descansar mas não o consigo fazer. Eles só me querem a mim, só sossegam comigo. Ás vezes o pai, coitado, anda de um lado para o outro mas eles não se calam então eu pego neles e adormecem logo. Não é por falta de jeito do pai porque, quando eles estão bem, é quase sempre ele que os adormece mas a doença muda tudo.

A mim resta-me ter paciência e esperar que eles melhorem. Até lá vou-lhes dando muito colinho e miminhos para ver se ajuda à convalescença. Eu vou continuando com sono e cheia de dores no corpo ( doem os braços de passar a noite a segurar neles, doem as pernas por andar em pe quase a noite toda, doem as costas...). Quando isto terminar acho que tenho direito a umas massagens, de preferencia aquelas com pedras quentes.

 

Não vejo a hora de chegar ao pé dos meus meninos

Não vejo a hora de chegar ao pé dos meus meninos. Passou o dia a pensar neles, será que estão bem, será que comeram tudo, estão felizes?

Isto de ser mãe tem muito que se lhe diga, vivemos permanente com o coração nas mãos. Diria mesmo que o nosso coração só se acalma quando finalmente os temos todos ao pé de nós. Digo todos porque cada um dos meus filhos tem um cantinho especial no meu coração. Todos são especiais à sua maneira e é engraçado ver como apreciamos as diferenças deles. Dou por mim com um sorriso nos lábios a recordar situações que aconteceram com os miúdos, como no dizer ao Guilherme para ajudar o Leonardo a calçar-se e ouvir o pequeno a queixar-se: ó Guilherme estás a calcar no pé errado. Ou lembrar o som das gargalhadas logo de manhã, os pequeninos derretem-se com as macacadas dos mais velhos. Sim, por vezes o corpo está aqui mas a cabeça está longe a divagar, passo a vida a sonhar acordada.

E eis que finalmente são horas de me ir embora, apresso-me para ver os meus rapazes. Um vez a meio das escadas dar-me um abraço, os outros ainda só rebolam mas assim que me vêm começam logo a pedir colo. Se pego num o outro choraminga, agora que já começam a perceber começa a ser mais difícil. Se um tem um brinquedo o outro não descansa enquanto não lho tira, então o que foi roubado começa a chorar e o outro fica feliz da vida. Mas logo de seguida começa a situação inversa, passam a vida nisto e o brinquedo vai passando de um para o outro.

Depois vou buscar o mais velho que me dá abraços e diz que sou a mãe mais linda do mundo. O Leonardo ao ouvir o irmão diz-me logo que gosta muito de mim. Entretanto os mais velhos enchem os gémeos de beijos, nunca vi tanto namoro.  Chegam a casa e fazem uma festa ao pai, querem contar tudo o que se passou durante o dia. Eu e o pai nem conseguimos falar um com o outro pois há sempre uma historia emocionante, ou uma pergunta, ou outra coisa qualquer e ainda só dois é que falam.

Por vezes resmungo que já não os posso aturar, tiram-me do sério. Mas quando não estão sinto uma falta deles terrível. Somos completamente doidos mas somos felizes.

 

E os gémeos é que dão trabalho?

Acho piada quando as pessoas me abordam na rua a dizer que é muito bonito ter gémeos mas que dá muito trabalho. Mas dá trabalho como? Ainda não consegui perceber. Tenho muito mais trabalho com os dois mais velhos do que com os pequenos. Ainda por cima estão naquela fase de amor ódio, não podem estar juntos mas não vivem um sem o outro. Batem-se, choram mas passados 5 minutos já estão agarrados um ao outro.

Implicam por tudo e por nada, bem na verdade o Leonardo implica por tudo e por nada e o Guilherme ainda o espicaça mais. Ontem, como passei o dia todo com eles, já nem os podia ver à minha frente. Começaram logo de manhã, o Guilherme estava a dizer que já quase  se conseguia ver no espelho do corredor, o Leonardo veio imediatamente colocar-se ao lado dele para se tentar ver no dito espelho. Claro que se o Guilherme ainda não se consegue ver, o Leonardo, que tem um palmo a menos que o irmão, muito menos. Começou logo a barafustar porque é o Guilherme tinha de ter nascido primeiro e não ele. Foi um castigo para o calar e sair de casa.

Depois de deixarmos o Gui na escola fomos ao posto médico para os outros 3 rapazes levarem vacinas. Quando foi a vez do Leonardo quase que foi preciso um colete de forças.Parecia que o estavamos a espancar, gritava e chorava de tal maneira e ainda nem o tinham picado.  A muito custo lá levou as duas vacinas e depois meia hora ainda choramingava: mas doeu tanto!!

Ao almoço não quis comer lasanha aparentemente já não gosta. De seguida fomos buscar o Guilherme e fomos a uma consulta no pediatra. Enquanto estávamos a espera o Guilherme amuou porque não o deixei jogar no tablet. O Leonardo queria fazer um jogo de tabuleiro com o irmão mas o outro como estava amuado não quis. Então fui eu jogar um jogo com o Leonardo já quase no fim ele começou a perder e já não quis jogar. Entretanto o Guilherme já queria jogar, pegamos um jogo que dava para jogarmos todos. Começamos a jogar e o Guilherme que tem uma sorte fenomenal começou a ganhar claro que o Leonardo começou logo a fazer fita. Eu mais uma vez contei até 20 pois nem sei o que me apetecia fazer aqueles miúdos, sim porque o outro ainda se põe a dizer que ganhou e que o irmão perdeu.

Mais tarde o Gui recebeu uma nota de 20 euros de prenda de anos e o outro ficou chateado porque não recebeu nada. O Gui ainda lhe disse  era 10 euros para cada um mas o mau humor continuou. Chegamos a casa e estavam possuídos, gritavam, corriam, pulavam até  que o pai se passou e começou a ralhar com eles. Por fim lá foram dormir e tivemos um pouco de sossego.

Como o que é bom acaba depressa, hoje de manhã já tive novo episódio da novela. O menino Leonardo bateu o pé que não tinha escola, aparentemente ouviu a avó a dizer que hoje havia greve e que eles não deviam ter escola. Eu claro disse-lhe que sim havia escola e que era bom que se apressasse ou ficava sozinho em casa. Sabem qual foi a resposta que ouvi? Hoje é o pior dia de todos e a culpa é tua. Anda uma mãe a criar um filho para isto....

Ainda dizem que os gémeos é que dão trabalho.

 

E já vão oito anos

Faz hoje oito anos que fui mãe pela primeira vez. Parece que ainda foi ontem que senti aquele menino sair de dentro de mim e finalmente o conheci. Passamos nove meses a carregá-los, imaginamos como será a sua personalidade, como será o seu rosto, o seu sorriso. Sonhamos em pega-los ao colo, em sentir o seu cheiro. Mas por muito que nos preparemos para o grande dia a realidade é muito mais forte. Lembro-me que amava imensamente aquele ser mas, quando o tive nos meus braços, esse amor que eu sentia tornou-se incondicional. Assim que olhei para aquele rosto o meu coração derreteu. Senti-lo respirar tornou-se a melhor coisa do mundo. Lembro-me de acordar de noite, ficar a escuta a ouvir a sua respiração e adormecer embalada por ela. Parece que foi ontem e,no entanto, já lá vão 8 anos. Ainda ontem andava ao colo e mamava agora já calça o mesmo número que eu e quase que esta da minha altura.

Ser mãe é sempre uma alegria mas a primeira vez tem uma magia inexplicável.

Hoje sinto que os anos me fugiram, que não aproveitei o suficiente. Neste nosso estilo de vida tão atarefado que temos hoje em dia acabamos por nem conseguir desfrutar dos nossos filhos. Com os gémeos já foi um pouco diferente fiquei mais tempo em casa, tento ter mais tempo para eles. Durmo com eles, muitas vezes durmo metade da noite agarrada a um e outra metade agarrada a outro mas o mais certo é mais tarde sentir que não aproveitei nada na mesma.

Parabéns para o meu Guilherme que é um menino tão especial. Foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, ajudou-me a crescer, ensinou-me coisas e tornou os meus dias muito mais felizes. É sem sombra de dúvidas uma luz na nossa vida. Por tudo isso só tenho que lhe agradecer e desejar que continue a ser sempre assim tão carinhoso e amigo do seu amigo. Meu filho não mudes nunca porque és perfeito do jeito que és.

Nunca mais vou ao parque das nações

Não sei o que o parque das nações tem contra mim das ultimas vezes que lá vamos passear venho sempre aflita.

Começamos pelo inicio, o Guilherme foi a uma festa de anos de um colega no parque das nações. Eu e o marido resolvemos das uma volta com o resto dos garotos durante as 3 horas que duravam a festa. Estacionamos o carro  ao pé da Fil e passeamos à beira rio, andamos até ao pé da marina, depois demos a volta e fizemos o percurso contrário. Entramos uns breves instantes no Centro Vasco da Gama para comprar uma prenda para o menino, uns iogurtes para os gémeos e uma hambúrguer para o Leonardo e continuamos o nosso passeio. Foi uma boa tarde passada em família, o meu Leonardo só dizia que tinha as pernas um bocadinho cansadas, coitadinho fartou-se de andar.

Chegamos ao carro e eu comecei a sentir alguma comichão na cabeça, atrás das orelhas e na zona do peito, não comentei nada com o marido para não o preocupar. Fui buscar o Guilherme e estava cada vez com mais comichão, estava a fazer um sacrifício enorme a tentar evitar coçar. Finalmente consegui arrastar o Guilherme para fora da festa e até ao carro. Fizemos os 15 minutos de trajecto até casa e eu estava cada vez mais aflita, já tinha comichão em todos o lado.

Chegamos a casa e assim que entrei em casa comecei logo a despir-me para tentar perceber como é que estava. O marido olhou para mim e viu que já estava cheia de babas pelo corpo todo. Começou logo a resmungar para eu ir tomar um comprimido da alergia. Que só lhe faltava ter de ir para o hospital comigo e com aquelas crianças todas. Porque é que os homens entram logo em pânico. Principalmente o meu já devia estar habituado porque já não é a primeira vez que me acontece. Das ultimas três vezes que me recordo de ter ido ao parque das nações só numa delas é que vim de lá bem. Outra vez fui ao Dolce Vita Tejo e vim de lá na mesma. Desta vez não comi nada pelo que tenho a certeza que não foi uma reacção alimentar, resta saber qual das imensas plantas, arvores ou flores é a culpada.

Tomei um comprimido e meti-me no banho. Sai do banho mais aliviada mas cheia de sono (devido ao comprimido), as borbulhas desapareceram ao fim de umas duas horas. Para a semana tenho nova consulta de alergologia lá vou eu picar os braços todos novamente. Sou alérgica a inúmeras coisas mas a coisa a que eu sou mais alérgica é a medicação, evito-a ao máximo e depois dá nisto.

A logística começa em casa

Ontem o meu Leonardo perguntou-me porque é que eu nunca ia a piscina com eles. Antigamente faziam piscina durante a semana e era eu que os levava. Este ano percebemos que era impossível para mim sozinha ir para a piscina com 4 crianças, ainda por cima as bancadas são num primeiro andar e nem há elevador. Já para não falar no calor imenso que se sente dentro daquelas instalações.

Passaram então a fazer natação ao sábado e tem sido sempre o pai que os tem acompanhado, primeiro porque estão em horários desencontrados, então o Guilherme quando sai toma logo banho enquanto o Leonardo faz a aula e depois o Leo toma um duche rápido. Quando iam comigo tomavam banho no balneário das senhoras agora devido à idade já não o podem fazer e o Leonardo ainda precisa de alguma ajuda.

Quando o Leonardo me perguntou porque é que eu já não ia com eles tentei explicar-lhes que eu não posso ir ao balneário dos homens, o Guilherme disse-me logo que podiam tomar banho em casa.  Eu disse-lhe que ele não podia ficar molhado e cheio de cloro à espera que o irmão acabasse a aula. Claro que me custa recusar estes pedidos deles mas a verdade é que as duas horas em que vão á piscina são preciosas para mim. Hoje já fiz sopa para os gémeos, já lavei e estendi roupa, já estou a lavar mais, já tirei a loiça da maquina. Agora estou aqui a escrever um pouco e de seguida vou fazer uma mousse, uma declaração de IRS e vou dar banho aos gémeos antes de lhes dar almoço. Por norma ainda adianto o almoço ou passo um pouco a ferro. Assim mais tarde posso lhes dar mais atenção, podemos sair, ir ao parque e nada disto seria possível se tivesse ido com eles à natação. Infelizmente é  muito difícil dizer que não aos nosso filhos mas por vezes temos que o fazer. Parte-nos o coração mas  vida é mesmo assim. Chamasse a isto logística.

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